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O CEMITÉRIO DO FORTE COIMBRA - Parte 2
EMANNUEL ISAC

Resumo:

Antônio agradeceu a boa vontade da mulher, sorveu um gole e pediu que ela fosse conhecer o aquário do quartel que ficava no outro lado da praça, pois precisava ter uma conversa de pai para filho. Como sempre, ela não questionou o marido, chamou pela filha e as duas seguiram para o local indicado por Antônio. Ele esperou que as duas se afastassem e continuou:
     - Uma certa noite, eu já estava com quase sete anos, quando acordei com o barulho que seu avô fazia ao arrastar um saco de pano verde. Depois eu soube que era o mesmo saco que ele trouxera da Guerra.
     - Arrastando um saco? O que tinha dentro dele? – perguntou Carvalho;
     - Eu fui atrás dele sem que ele me visse – continuou ele sem dar atenção à pergunta do filho –ele levou o saco para o quintal e começou a cavar. Quando se preparava para jogar o saco dentro do buraco, alguma coisa ou algo o lançou no chão com violência!
     - Como assim???
     - Ele caiu com o rosto em terra, o saco chacoalhava sem parar e eu pude ouvir nitidamente, o barulho de pedras que se batiam dentro dele...
     - Pedras?
     - Só que não eram pedras, eram ossos!
     - O senhor está conseguindo me deixar assombrado com essa história!
     - Ouça, e você vai entender!
     - Estou ouvindo!
     - Seu avô começou a chorar e a falar com alguém; ele dizia: - Não tem como..., eu sei que eu prometi..., não, deixe meus filhos em paz..., me leve no lugar de algum deles...
     - E isso não é loucura? Falar sozinho, saco com ossos? E que ossos eram esses?
     - Eu só descobri alguns anos após a morte de sua avó, quando ele pediu para o Exército, como favor de Guerra, manda-lo para o Forte Coimbra.
     - Meu avô pediu para ir pro mesmo lugar que eu estou sendo enviado?
     - Sim! Eu devia ter doze anos quando chegamos no Forte Coimbra. Lugar difícil e isolado, no meio do rio Paraguai onde naquela época haviam poucos civis morando e a vila do contingente ainda estava em construção.
     - Chegamos em uma segunda-feira à tarde. Quando seu avô foi se apresentar ao Comandante, eu comecei a colocar as caixas para dentro da pequena casa que nos levaram. Uma caixa de madeira me chamou a atenção; resolvi olhar dentro dela e encontrei o mesmo saco que tinha vista naquela noite esquisita em que seu avô havia cavado o buraco no quintal.
     - E???
     - Eu sentia que não devia abrir o saco, mas a curiosidade era maior que o meu medo de descobrir o que havia lá dentro... (fez uma pausa), abri o saco lentamente, havia um outro de plástico preto dentro dele com uma plaqueta de identificação, como esta que você deve ter com seu nome, registro, tipo sanguinho e tal..,
     - Sim, mas o saco, o que tinha dentro do saco? – Carvalho já estava sem paciência;
     - Um esqueleto humano! – respondeu ele friamente!
     - Uma ossada humana? Como assim?
        - Não entendi também, o motivo que seu avô guardava aquela ossada. Peguei a plaqueta e vi o nome escrito nela: Soldado Carvalho! O mesmo nome de guerra de seu avô,o mesmo que o meu, o mesmo que recebeu o seu irmão e o que você tem agora!
     - Isso é uma piada ou uma coincidência? – perguntou Carvalho perplexo:
     - Seu avô chegou no momento em que eu tentava clarear tudo aquilo na mente. Olhei para ele parado na porta, e cheguei a pensar que ele iria me bater por mexer nas coisas dele pois ele não gostava que futicassem em seus pertences.
     - E ele fez isso?
     - Pelo contrário; ele caiu de joelhos e chorou. Perguntou porque eu tinha feito aquilo e que agora ele não poderia mais me proteger.
     - Do que ele queria te proteger, pai?
     - De seu amigo Carvalho!
     - Hein?
     - Do amigo que seu avô fez na Guerra. Tinha o mesmo nome que ele e eles juraram que se algum deles morressem na Guerra, o outro que sobrevivesse, daria um enterro digno de um herói, ou ao menos, enterraria seus restos em um lugar que houvesse um quartel do Exército.
     - Forte Coimbra?
     - Exatamente! Não sei como mas seu avô descobriu que lá havia um cemitério. Lugar isolado, sem energia elétrica, ao menos naquela época, seria o lugar ideal para ele cumprir a promessa que fez ao seu amigo.
     - Ele te contou como esse outro Carvalho morreu?
     - Eles haviam acabado de tomar Monte Castelo. O Comandante da Companhia havia separado duas patrulhas para verificarem a área perimetral em que o Pelotão havia levantado acampamento; ele e esse amigo, voltavam da patrulha quando foram surpreendidos por dois soldados inimigos que haviam se escondido nos escombros de alguns prédios velhos.
     - Caramba!
     - Seu avô conseguiu se proteger, mas o amigo dele não; ficou trocando tiros com os dois soldados e chamando por seu avô que permaneceu escondido sem querer ir ao socorro dele. A outra patrulha chegou mas já era tarde; ele foi atingido por dois disparos. Transportaram-no para o acampamento e ele não parava de perguntar a seu avô porque ele não foi ajuda-lo. Morreu antes mesmo de receber os primeiros socorros, mas não antes de dizer para seu avô que a culpa era dele e que ele tinha que cumprir a promessa que fizera.
     - Agora estou começando a entender por qual motivo ele ficava dizendo que não era culpa dele, pedia perdão para esse amigo que ele imaginava falar com ele. – disse Carvalho tentando compreender toda aquela situação;
     - Eu também pensei a mesma coisa depois que seu avô me contou toda essa história, mas infelizmente, não é bem assim...
     - Ainda tem mais?
     - Eu pensei que as conversas de seu avô eram imaginárias, mas certa noite eu ouvi nitidamente ele conversando com esse amigo...,
        - Eu não acredito que o senhor também acreditava que meu avô falava com um morto?
     - Eu sei muito bem o que ouvi, e não foi imaginação! Ouvi claramente quando aquela voz disse para seu avô: “Não esqueça das honras militares quando me enterrar no cemitério”!
     - O senhor ouviu?
     - Tentei sair sem ser visto, mas seu avô me chamou. Voltei e eu nunca senti tanto medo na minha vida como naquela hora em que entrei no quarto dele; sobre um lençol branco, repousava um esqueleto completo. Seu avô olhou pra mim e disse: “Este é meu amigo e irmão Carvalho”, vamos enterrá-lo esta noite no cemitério próximo ao curral!
     - Ele se levantou e vestiu o uniforme de gala, mandou que eu dobrasse o lençol por sobre o esqueleto e pegasse a pá no fundo da casa. Não sei aonde ele conseguiu aquela arma, mas ele estava com uma pistola e a colocou no coldre, se ajeitou e puxou o lençol, colocando-o dentro da caixa, seguimos para o cemitério pela área mais deserta e escura da pequena rua para não sermos notados.
     - Meu Deus! Isso parece um conto de terror! O senhor guardou este segredo todo esse tempo? – Carvalho não acreditava no que estava ouvindo;
     - Calma! Você vai entender por qual motivo eu não contei isso para ninguém, ao menos até esse momento!
     - Espero meu pai, sinceramente eu espero entender tudo isso, e onde se encaixa a morte de meu irmão nessa história toda!
     - Vou chegar lá! Bem, como eu dizia, chegamos no cemitério. Naquele tempo haviam poucos túmulos e não foi difícil para seu avô escolher um. Ele pediu para que eu ficasse observando a estrada enquanto cavava. Em vinte minutos ele terminou, pôs a placa de identificação sobre os ossos, acho que pediu perdão umas trinta vezes e por último, disse “em breve nos veremos”. Fechou a cova e quando eu pensei que tudo havia terminado, ele pegou a pistola, disparou sete vezes para o alto como se estivesse cumprindo uma cerimônia, não demorou e cinco soldados chegaram armados no cemitério. Gritaram para seu avô largar a arma, mas ele olhando para mim, disse: “me ponha ao lado dele”, e disparou contra a própria cabeça!
     - Pai, eu... não sabia... – Carvalho baixou a cabeça e ficou imaginando a tortura pela qual seu pai passara por todos aqueles anos, guardando aquele segredo com ele.

     Passou as mãos pelo rosto e segurou as lágrimas. Olhou para seu pai, sentado ao seu lado e o abraçou, como que dizendo: estou aqui, pode contar comigo! Analisava paralelamente a sua designação para servir por um ano em Forte Coimbra, com a história que acabara de ouvir. Se preparava para levantar, quando seu pai lhe disse:

     - Não terminou aí!
     - Como? Ainda tem mais?
     - A minha parte e a parte de seu irmão! – Carvalho voltou a se ajeitar no banco;
     - O Comandante queria mandar o corpo de seu avô para Campo Grande, mas como eu insistia e chorava muito para que ele fosse enterrado naquele cemitério, eles resolveram chamar um médico para atestar o óbito e enterrá-lo lá mesmo.
        - Insistiram em me perguntar o que estávamos fazendo naquela hora no cemitério, eu escondi e disse que meu pai havia me chamado para dar uma volta, quando aconteceu tudo aquilo. Eles foram na casa onde estávamos e reviraram tudo mas não encontraram nada. Entraram em contato com uma tia minha e resolveram me mandar de volta na embarcação que saia para Corumbá três dias depois, de lá para Campo Grande e finalmente de volta ao Rio de Janeiro.
     - Puseram um soldado para ficar de guarda na casa onde estávamos, não consegui dormir!
     - E quem conseguiria dormir depois de uma tragédia dessas? – perguntou Carvalho;
     - Pois é, sentei na cadeira de balanço e estava atônito, fora de conexão com qualquer coisa ao meu redor. Tentava não acreditar que seu avô havia feito tudo aquilo em uma única noite, para mim, ele entraria a qualquer momento por aquela porta onde havia um soldado o aguardando para recebê-lo; talvez essa tenha sido a razão pela qual eu não desgrudava os olhos da porta! Me balançava na cadeira e em certo momento, quando a cadeira voltou para baixo, eu pude notar algo debaixo do banco de madeira na entrada do quarto que era do seu avô.
     - E o que era?
     - Eu levantei e fui ver, quando me abaixei, quase cai para trás; era parte do esqueleto, o antebraço. Acho que quando seu avô puxou o lençol para colocar dentro da caixa, ele caiu e ele nem percebeu! Peguei um saco plástico e coloquei dentro dele, fui até o quintal e enterrei ele debaixo do pé de tamarindo. Queria esconder aquilo de tudo e de todos, no dia seguinte, após o médico liberar o laudo, seu avô foi enterrado à tarde naquele cemitério dentro do Forte Coimbra, bem ao lado de seu amigo. Dois dias depois, segui o itinerário que eu já te falei.
     - Nem para a sua tia que foi te buscar contou nada?
     - Você é a primeira pessoa que conto tudo isso!
     - Porquê eu estou indo para esse lugar?
     - Não, porque seu irmão morreu naquele lugar!
     - Mas o senhor me disse que serviu também lá!
     - Sim, quando eu me alistei, depois de formado, certa noite eu tive um sonho em que seu avô aparecia para mim fardado, ao lado de um soldado sem o antebraço direito e me dizia que estava faltando cumprir a promessa dele. Despertei encharcado de suor e com calafrios.
     - Minha nossa!
     - Duas noites depois, o mesmo sonho. E foi se tornando cada vez mais frequente, até que em uma noite em que despertei, perguntei o que ele queria com aquilo.
     - E ele respondeu? Tá de brincadeira?
     - Em outro sonho, eu me vi desenterrando o saco com o antebraço de debaixo do pé de tamarindo e enterrando ele na cova em que seu avô enterrou os ossos de seu amigo!
     - Eu sou difícil de acreditar nessas coisas, mas está cada vez mais surrealista toda esta narração que o senhor está me fazendo! – Carvalho levantou e deu duas voltas ao redor do banco em que seu pai permanecia sentado. Tentou encontrar alguma expressão no rosto de seu pai que pudesse indicar que tudo aquilo não passava de um conto mentiroso e que ele estava lhe testando os nervos, mas a face dura e a expressão séria e fria que encontrou, lhe indicava que tudo era real.
        - No dia seguinte, pedi transferência para onde ninguém em seu sã juízo, pediria para servir! Sua mãe não entendeu, não quis trazer ela e nem você e seus irmãos. Demorou pouco tempo para a transferência se concretizar, como sempre, o lugar tem pouco contingente e eles podiam pensar que eu podia desistir.
     - Ao chegar, o lugar havia passado por uma transformação; mas o pé de tamarindo ainda estava lá. Comecei a correr bem cedinho para tentar visualizar o local exato onde havia enterrado o saco quase treze anos atrás!Havia muito mato e construíram um muro próximo, resolvi cavar à noite mas não tive muito sucesso.
     - O senhor voltou só para fazer uma coisa que viu em seu sonho? Chegou a voltar lá no cemitério?
     - No início eu tentei ficar longe dele. Ninguém sabia o que havia acontecido anos atrás e nem sabiam quem eu era! Mas sim, eu visitei o cemitério, ele havia crescido em número de túmulos e eu não lembrava aonde havia enterrado seu avô e nem o amigo dele, provavelmente, seus restos já não estavam mais lá.
     - Passei os seis meses tentando encontrar o saco com o resto do esqueleto e a cada dia que eu não encontrava, os sonhos ficavam piores; eu sonhava que o amigo se deu avô arrancava o meu braço direito e colocava no lugar do dele que faltava, que ele vinha e levava vocês com ele para o túmulo, eu já estava pirando com tudo aquilo!
     - O senhor deve ter segurado uma barra!
     - No final dos seis meses, todo o quartel me chamava de “o escavador de tamarindo”! Eu não dava importância e dizia que estava juntado sementes para levar para o Rio quando voltasse e verificava a profundidade das raízes para não danificar a casa quando plantasse as sementes, não sei se acreditaram mas funcionou bem!
     - O senhor não conseguiu encontrar o saco?
     - Não! E fui embora. Os sonhos acabaram, procurei esquecer tudo, até o dia em que seu irmão chegou em casa e disse que se escreveu, assim como você, para este concurso. Eu sabia naquele exato momento, que tudo voltaria a acontecer. Ele se formou e foi para Brasília, fiquei aliviado e tranquilo, até o dia em que a Companhia dele foi fazer um treinamento em Campo Grande.
     - Mato Grosso do Sul?
     - Sim, e já na primeira noite, ele me ligou dizendo que teve um sonho estranho com um homem que dizia ser o avô dele e insistia em dizer que ele tinha que cumprir a missão!
     - Até meu irmão sonhou os sonhos do senhor? – Carvalho sentiu um arrepio pelo corpo, ao imaginar que ele também poderia passar por aquela situação, mesmo seu racional dizendo para ele que tudo não passava de uma fábula;
     - Eu disse para ele não se preocupar com sonhos, pois tudo não passava do nosso inconsciente adormecido; foi meu maior erro...
     - Como assim, o que o senhor quer dizer com isso?
     - Ele e mais vinte soldados foram encaminhados para o Forte Coimbra para realizar um treinamento específico. Ele e dois amigos ficaram na mesma casa em que eu e seu avô ficamos, durante três dias, ele me telefonava direto contando sobre os sonhos e o quanto eles pareciam reais.
        - E mesmo assim o senhor não disse nada para ele?
     - Eu achei que assim como aconteceu comigo, ele terminaria aquela semana de treinamento e sairia daquele Forte, longe de lá, provavelmente os sonhos cessariam.
     - E o que houve com ele? – perguntou Carvalho;
     - Faltavam apenas mais uma noite para ele ficar naquele lugar, ele acordou no meio da noite gritando, falando que tinha que encontrar um braço para o amigo de seu avô!
     - Ele falou isso para o senhor, te telefonou contando isso?
     - Não, tudo o que eu te contar agora, fiquei sabendo pelos dois soldados que estavam com ele na casa. Eles despertaram com os gritos de seu irmão. Eles falaram que depois que ele acordou, ele levantou e foi para um quarto antigo da casa (acho que era o mesmo quarto de seu avô), pois na época em que eu estive lá, eles iniciaram uma reforma nas casas antigas.
     - Os dois amigos de meu irmão não fizeram nada?
     - Eles me contaram que acharam que seu irmão tinha levantado para clarear as ideias, até o momento em que viram ele sair com uma pá na mão. Um deles, acho que o que se chamava Souza, foi atrás dele e perguntou o que ele iria fazer com aquela pá.
     - Ele respondeu?
     - Simplesmente disse que precisava encontrar o saco e enterrá-lo no lugar certo!
     - Esse Souza não tentou impedi-lo de sair da casa ou fez alguma coisa?
     - Ele achou que seu irmão estava delirando ainda com o sonho e voltou a dormir, não antes de colocar seu irmão de volta na cama.
     - E o que aconteceu depois disso?
     - Ele me contou que despertou ao ouvir um grito que vinha do fundo da casa. Ele e o outro soldado notaram que seu irmão não estava mais na casa e correram em direção de ao quintal, de onde ouviram o grito, ao chegarem, encontraram seu irmão caído de bruços sob o tamarineiro. Ao virarem ele, seu irmão estava com os olhos petrificados e sem o antebraço direito...
     - Sem o antebraço? Como ele ficou sem o antebraço?
     - Ninguém soube me explicar, nem os amigos dele, nem o pessoal do Forte. Seu irmão permaneceu em estado-de-choque, não falava e aparentava não sentir dor alguma. O médico do quartel conseguiu conter a hemorragia, mas ao amanhecer, ele veio à óbito!
     - E onde foi parar o antebraço de meu irmão?
     - É esse mistério que me intriga também; até hoje ninguém conseguiu encontrar o antebraço dele. Procuraram praticamente por todo o forte, mas nada. Chegaram a dizer que foi uma onça que o atacou e por isso não encontraram, mas os dois amigos dele me contaram no velório, que quando eles o encontraram, a expressão do rosto dele era a de alguém que tinha acabado de ver alguma coisa aterrorizante. O braço, tinha a marca de um perfeito corte feito com uma faca ou outro material, se fosse uma onça, haveria dilacerado o braço de seu irmão.
     - Foi por isso que o senhor não permitiu abrir o caixão dele no velório?
- Isso mesmo! E agora, você está seguindo a mesma trilha que seu avô, eu e seu irmão. Entende agora a minha preocupação?
        - Pai, por mais que eu acredite em tudo isso, e acredito também que o senhor não inventaria uma estória como essa, eu não posso deixar de cumprir a minha designação e vou para esse Forte Coimbra. Também não acredito que alguma coisa vá me acontecer..., já faz muito tempo que tudo isso aconteceu!
     - Havia muito tempo com seu avô, havia muito tempo comigo, e havia muito tempo com seu irmão!
     - Não se preocupe, tomarei cuidado!
     - Não se tem cuidado, não se tem jeito, não se tem solução! Me prometa uma coisa;
     - Que coisa?
     - Que se você também passar por essas coisas, se tiver algum sonho, vai pedir para sair. É melhor ter um filho fora do Exército mas vivo, que um filho nele e morto!
     - Bem, pelo que eu entendi, a solução seria encontrar esse saco e enterrar o que restou do amigo de meu avô nesse cemitério de Coimbra; se acaso eu tiver algum tipo de sonho ou revelação (Carvalho conteve o tom de deboche), eu vou procurar e fazer o que meu avô e o senhor teria que ter feito!
     - Filho, isso não é cena de cinema, tudo isso que eu te contei é real! Me prometa que vai me telefonar se alguma coisa começar a acontecer.
     - Tudo bem, agora vamos pegar mamãe e Renata que já estão nos olhando com impaciência! – Carvalho levantou e ajudou a seu pai a ficar de pé.

EMANNUEL ISAC

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