Johnny é um garoto de ouro.
Todos falam, esperam, expectam, aplaudem e se interessam por ele.
Agora que atingiu a maioridade, com seus 15 precisos anos, anda pra lá e pra cá na escola interna de Aurora.
Por onde vai ocupam-no, e mesmo sozinho tem a companhia de seu aparelho pessoal onde possui contato com todos a qualquer momento.
Johnny não pensa.
Ele não tem tempo para isso, todos o esperam.
Mas não hoje.
Johnny acordou hoje sem sua britadeira na cabeceira.
Não.
Hoje Johnny abriu os olhos e não viu uma tela luminosa cheia de símbolos onde intuitivamente ele iria saber o que estava acontecendo com o seu mundo.
Johnny hoje levou seu corpo para fora, desesperado.
Ele havia-se tornado uma vítima.
Johnny nunca havia sido uma vítima.
Ele gritou, sinalizando o acontecido, mas ninguém o esperava.
Não.
Avistando o vazio de companhia, começa a sentir uma pontada estranha em sua cabeça.
Anda por todo o corredor dos dormitórios e não encontra ninguém para dizer o usual.
Johnny vai para as escadas e então uma pontada maior estala em sua mente, como se houvessem chicoteado seu cérebro. E estranhamente ele pensa.
Johnny pensa sobre sua situação e com dificuldade seu cérebro é chicoteado novamente.
Ele começa a descer as escadas, passo a passo pensava se poderia ser um feriado, ou alguma festança onde explicasse a ausência.
No primeiro andar ele tem sua primeira ideia.
A secretária.
Pois alguém deveria estar lá recebendo visitantes.
Afinal Johnny sempre fora um eterno visitante.
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