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ABATALHA PERMANENTE DE OSWALDO CRUZ
LICA NEAIME

Resumo:
TEXTO DE TEATRO INFANTIL Oswaldo Cruz e a criação da vacina contra peste e sua difícil implantação no Brasil

A BATALHA PERMANENTE
DE OSWALDO CRUZ   











Texto infanto-juvenil para 5 atores e bonecos












PERSONAGENS:

.OSVALDO CRUZ: entrou na Faculdade de Medicina aos 15 anos, no inicio do texto tem 19 anos.
.EMILIA: esposa de Osvaldo, família muito rica.
.ZÉ: menino de rua, órfão, 12 anos.
.PEDRO: menino de rua, tem família, 15 anos.
.TÉCNICO, MÉDICOS, ETC: personagens em rodízio de atores.
.BONECOS: GIGANTES: gatos, micróbios e vírus
                     DE LUVAS: ratos
.UM ENORME RADIO DOMINA A CENA.É LIGADO E DESLIGADO PELO PERSONAGEM QUE FOR MAIS CONVENIENTE.





A BATALHA PERMANENTE DE OSWALDO CRUZ   

                                                           CENA 1

(GATOS FOGEM DE PESSOAS QUE QUEREM MATÁ-LOS. PESSOAS FESTEJAM A MORTE DOS GATOS, REPRESENTANTES DO DEMÔNIO. RATOS FESTEJAM A MORTE DOS GATOS. FAZER CENA CÔMICA COM BONECOS GIGANTES OU DESENHO ANIMADO.)
HOMEM - Esses animais são os representantes do demônio na terra!Acabem com esses gatos!
MULHER _ Vamos matar todos, Vamos, sigam-me. Peguem pedras, paus, tudo.
(RATOS ESCONDIDOS ATRÁS DE UMA BARRICA DANÇAM FELIZES, FESTEJAM O FIM DOS GATOS.)
RATO1_ Agora, sim, viveremos felizes, teremos muitos filhos. Sem esses malditos gatos a nos comer a todos.
RATO 2 - Sim, mas se nascerem muitos de nós, não teremos comida suficiente para todos!
RATO 1 - Melhor ter muitos, que morrer todos na boca dos gatos!
RATO 2 - E se morrer todos de fome? Não é pior?
RATO 3 - Se for necessário, embarcaremos nos navios e iremos para outros paises, não se preocupe, mamãe.Pode ter quantos filhos quiser.Ninguém morrerá de fome!
RATO 4 - Vejam quantos navios chegam e vão embora todos os dias, com muitos e muitos grãos, e outras comidinhas gostosas.Gostaria muito de conhecer outros paises.Adeus.
RATO 3 - Eu também, não vou esperar faltar comida aqui pra viajar.Adeus!


                                                           CENA 2

(ENTRAM DOIS VÍRUS E DOIS MICRÓBIOS DANÇANDO FELIZES. SÃO BONECOS GIGANTES COM FORMAS DIFERENTES E MUITO COLORIDAS, BONITAS, ATRAENTES.)
RADIO – Cientistas do mundo todo se unem para estudar doenças contagiosas, epidemias e muitas outras que existem por aí.
VÍRUS_ Legal aqui, né? O que será que vai acontecer agora?
MICRÓBIO_ Vão inocular a gente em algum animal de laboratório, uma cobaia, um rato, um coelho e ver o que acontece...
VÍRUS_ Eles vão ficar doentes e vão morrer depois, é lógico!Nós destruímos esses seres por dentro e os matamos depois.Tomamos conta das suas células.
MICRÓBIO_ Mas eles ainda não têm certeza, estão testando. Esses Gigantes humanos são muito burros mesmo. Precisam testar tudo. Enquanto isso, vamos matando uma porção de gente. (CANTAM) "Vivam os micróbios, micróbios os reis da vida e da morte!"
VÍRUS 1 e 2_ Ei, estão sugando a gente!Socorro!
MICRÓBIO 1_ Não se preocupem, é só mais um teste.Vocês foram os escolhidos, vírus. Nós, micróbios, vamos ficar aqui nos reproduzindo, né belezinha?
MICRÓBIO 2- Vamos ali, naquele cantinho úmido e escurinho, com cheirinho de suor, é mais gostoso, meu bem, vem.É bem quentinho, do jeitinho que nós gostamos, meu microbinho preferido.Sou capaz de gerar milhares de filhos em apenas vinte minutos. Quer apostar?

                                                        CENA 3

(SAEM TODOS. ENTRA BANCADA DE LABORATÓRIO COM UM MICROSCÓPIO. ENTRAM OSVALDO E EMILIA)
OSVALDO - É esse o aparelho que te falei, dá pra ver os micróbios. É um aparelho fantástico, aumenta milhares de vezes esses seres invisíveis, que transmitem as doenças. Olhe!
EMILIA – Osvaldo, que interessante, tem uns bichinhos se mexendo ali dentro. Estão vivos! E se reproduzem, nascem milhares deles. São muito rápidos! Tem perninhas, e umas coisas estranhas... Então é isso que causa as doenças?
OSVALDO - É. São micróbios. Micro quer dizer pequeno e bio quer dizer vida. Mi-cró-bi-os. São seres vivos em tamanho reduzido. São lindos, não? Pena que causem tantos danos à saúde. Vou separar alguns em uma lamina para você ver melhor. Pronto. Veja esses! Pegue essa nova lamina. Olhe no aparelho.
Os cientistas estão criando novos sistemas de medição para medir esses novos seres. Para você ter uma idéia, uma célula do sangue mede 7.500 nanômetros e a desses micróbios nem chegam a mil! Nanômetro é um milésimo milionésimo do milímetro.
EMILIA_ Milésimo milionésimo do milímetro? Não consigo nem imaginar uma divisão tão pequena assim!
OSVALDO - Pega um milímetro divise por mil e depois divide por um milhão, é muito simples! Nessa lamina não tem nada, está vazia, vou por no lixo.

                                                     CENA 4

(VÍRUS ENTRAM DANÇANDO E RINDO MUITO.)
VÍRUS 1_Você viu? Eles não enxergam a gente. Ainda somos invisíveis nesse aparelho. Somos muito menores que os micróbios e as bactérias. Vamos deitar e rolar. Infectar toda a cidade do Rio de Janeiro e ir viajando nos navios, dentro dos ratos e outros animais. Só os micróbios foram descobertos, coitadinhos deles. Também são tão grandes!
VÍRUS 2 - Nós, os vírus, ainda somos um mistério pra esses gigantes humanos, que pensam que sabem tudo, que são muito fortes, mas caem doentes e morrem se apenas um de nós invadir o corpo deles.Que idiotas que esses humanos são! Nem enxergam a gente. E pensam que não existimos!
VÍRUS 1 - Pobre dos micróbios que já estão visíveis nesse aparelho, o microscópio, agora vão virar coisas para se estudar, vão entrar para os livros, etecetera e tal.Vem, vamos aproveitar o anonimato!Vamos fazer a festa!



                                                         CENA 5

OSVALDO - Veja essas frutas que esqueci de propósito sobre a bancada, estão mudando de cor e de aspecto.
EMILIA - E de cheiro também, que não é nada agradável.
OSVALDO - Exatamente! Isso é pela ação dos micróbios, eles alteram os tecidos onde se instalam, provocando doenças.
EMILIA_ Eles deixam uma fruta podre e nos deixam podres por dentro?
OSVALDO – Não é bem assim. Mas a doença é como uma podridão no nosso corpo. Mas podemos curar.


                                                 CENA 6

(ZÉ E PEDRO SÃO CRIANÇAS DE RUA. PODEM ENTRAR PELA PLATÉIA E FAZER A CENA PARALELAMENTE AO LABORATÓRIO. ESTÃO FUÇANDO LIXO À PROCURA DE COMIDA)
ZÉ - Aqui não tem nada, Pedro.
PEDRO_ É esse lixo só tem lixo mesmo. Melhor ir assaltar o armazém do porto. Lá sempre tem sacos de grãos, que a gente pode levar pro morro e cozinhar. Minha mãe adora quando eu levo uns sacos de grãos. Vamos. (SAEM)


                                                         CENA 7

EMILIA – Esses bichos.... Isso existe de verdade? Não é um efeito mágico qualquer? Não estão te enganando, Osvaldo? Tenho medo por nós. Senhor Osvaldo Cruz, todos te acham um louco, lunático!
OSVALDO - Não, Emilia. Não se preocupe, confia em mim. Estou me formando em Medicina, com as melhores notas. Todos os professores colaboram nas minhas pesquisas. Creio que no futuro iremos criar medicamentos para combater esses pequenos seres. Depois é só dar o remédio pra toda população e erradicar a doença. Logo nos casaremos, querida. Em mil novecentos e três o mais tardar, assim que eu obter meu diploma de médico.
EMILIA - Não estou preocupada com o casamento, mas com sua credibilidade. Isso pode ser o fim de sua carreira... , senhor Osvaldo Cruz. Vão acreditar em assassinos invisíveis? Esses micro-assassinos que só algumas pessoas tiveram a chance de ver? O povo não irá crer nisso, querido. É muito difícil acreditar que seres invisíveis tenham tais poderes. De vida e de morte.
OSVALDO - Eu vou para Paris, estudar e na volta, veremos. Vou estudar muito. Precisamos acabar com tantas doenças, em primeiro lugar. Tantas epidemias: varíola, febre amarela, peste bubônica. Posso jurar pra você que todas essas doenças são causadas por esses micro-assassinos.
EMILIA_ Vou ligar o radio para saber noticias daquele navio italiano. Só se fala nisso nas ruas...
RADIO - Extra!Extra!Nenhum navio estrangeiro fará paradas nos portos brasileiros!O comercio com o exterior ficará paralisado por enquanto. Depois que o navio Lombardia deixou que seus trezentos e quarenta marinheiros desembarcassem para uma simples caminhada na cidade do Rio de Janeiro, e duzentos e quarenta ficaram febris e destes, cento e quarenta e quatro morreram, inclusive o comandante, todos se recusam a vir para cá. Lembram-se desse estranho caso, senhoras e senhores? Depois desse lamentável incidente os navios se recusam terminantemente a fazer parada em nossos portos! (VÍRUS DANÇAM E FESTEJAM) Extra, navios não desembarcam mais em portos brasileiros. O país da morte! Um hospital! Um cemitério! Assim que se referem ao nosso país no estrangeiro. Todos têm medo das epidemias brasileiras! O governo precisa tomar alguma providencia! Ou ficaremos isolados do Mundo.


                                               CENA 8

OSVALDO - O saber contra a ignorância, a saúde contra a doença, a vida contra a morte... Mil reflexos da Batalha Permanente em que estamos todos envolvidos...   Querida, embarco para a Europa, vou estudar esses micro-assassinos, como diz você. Em breve voltarei com uma solução para o Brasil. Vou provar que meu livro "A água como veiculo dos micróbios" foi apenas um pequeno passo para a solução dessas doenças epidêmicas. Cuide-se bem e só use água limpa e fervida! Escreverei sempre. Adeus! (PARTE DE NAVIO. VÍRUS E MICRÓBIOS DÃO ADEUS, FELIZES.)


                                                        CENA 9

RADIO - As últimas noticias de São Paulo, Um navio aporta no porto de Santos, marinheiros são impedidos de descer, pois a cidade está toda morrendo de peste bubônica! O navio jogou a carga que deviam desembarcar no mar, e não permitiu contato de nenhum de seus marujos com brasileiros e seguiu viagem correndo. Isto é uma vergonha! E nós brasileiros, podemos fugir? Sair correndo como fez o navio americano? Correr para onde? Só se for para os hospitais, senhoras e senhores!
EMILIA – (LÊ UMA CARTA) Paris, mil novecentos e sete. Querida, Estou trabalhando com Ollier e Vilbert, mestres em Medicina Legal, mas minha paixão é a microbiologia, como você sabe. Fui aprovado no Instituto Pasteur, cujo diretor, Emile Roux, gostou muito de mim. Em breve começo as minhas pesquisas. Depois volto correndo para o Brasil. Sei que o país precisa das minhas pesquisas. Aqui na Europa as pesquisas com os micróbios avançam rapidamente. Com amor. Osvaldo." Ele se casou comigo e com os micróbios. Meus rivais são mais poderosos do que eu. Não tenho armas para competir com essas micro- amantes de meu marido.Só espero que de fazer tantas pesquisas não caia nas garras desses assassinos! Ele diz que não tem perigo... Por Deus! Que posso fazer?


                                                       CENA 10

(PORTO DO RIO DE JANEIRO)
OSVALDO - Pronto. Esses três anos passaram correndo. O Instituto Pasteur queria que eu ficasse lá com eles, pra sempre. Mas o Brasil precisa de meus conhecimentos. O povo precisa de novos remédios. E eu sei como fazê-los. Vamos para casa.
AUTORIDADE_ Senhor Osvaldo Cruz? Médico pesquisador de doenças infecto-contagiosas?
OSVALDO - Sou eu mesmo, senhor...
EMILIA_ Ele acabou de voltar de Paris e nós vamos para casa, senhor...
AUTORIDADE - General Almeida, prazer. Eu venho em nome do Presidente da Republica, uma epidemia nova faz grandes estragos no porto de Santos. O governo precisa de sua ajuda, doutor. Podemos embarcar? Uma cabine já foi reservada especialmente para o senhor.
OSVALDO_ Sinto-me honrado pelo convite do senhor Presidente da Republica. Vamos. O país precisa dos meus conhecimentos. Adeus, querida.



                                                         CENA 11

(PORTO DE SANTOS)
OSVALDO - Com certeza foi aquele navio que veio do Oriente Médio, desembarcou junto com a sua carga dezenas de ratos que disseminaram a peste negra na cidade. Mande um aviso para o porto do Rio de Janeiro, o navio está indo pra lá, para não deixar ninguém desembarcar, principalmente os ratos. Eles são os transmissores da doença. A epidemia já se alastrou. Só há uma saída, agora. Avise o Presidente, vou para a Fazenda de Manguinhos, fazer uma vacina para combater a doença. Preciso de verbas e pessoas para o fabrico da vacina. Quero criar o Instituto Soroterápico Nacional. Vamos sanear o Brasil. Acabar com as epidemias.
AUTORIDADE_ Mas, dizem que o causador das pestes é o clima do país, um clima quente e úmido. Não será possível mudar o clima, doutor. Será impossível combater a peste. São vários tipos de peste. Peste bubônica, febre amarela, varíola e tantas outras...
OSVALDO - Faça apenas o que pedi, general, avise o presidente e prepare minha viagem para Manguinhos. Deixe o resto por minha conta. O clima desse país é ótimo, mas pode propiciar doenças se as pessoas não obedecerem às normas de higiene. Como qualquer país!
AUTORIDADE - Imediatamente, doutor. Desculpe. Com licença. (SAI)



                                                      CENA 12

OSVALDO - O clima desse país é ótimo, mas pode propiciar doenças se as pessoas não obedecerem às normas de higiene: tomar banho, lavar as mãos, ferver a água, lavar bem as frutas e verduras, limpar as casas, as roupas, e tudo mais. O povo não possui bons hábitos de higiene. Precisamos ensiná-los. Fazer campanhas.
EMILIA _ Concordo, Osvaldo. Mas, por favor, tome cuidado, você se dedica vinte e quatro horas por dias para os micros e quase nada para a família. Tenho inveja dos seus micros.
OSVALDO - Ciúmes, agora? Vou para a fazenda Manguinhos criar um Instituto de Soroterapia, vou ensinar a fazer vacinas e depois deixo por conta deles e volto. É aqui pertinho do Rio de Janeiro, não se verá livre de mim outra vez, querida.
EMILIA - Isso que você aprendeu na Europa, fazer vacina? O que vem a ser vacina?
OSVALDO - Você já viu os homens combatendo um incêndio na fazenda, não?
EMILIA - Sim, combatem o fogo com mais fogo.
OSVALDO - Faremos igual, combateremos os micróbios com substancias deles mesmos. Com um pouquinho desses assassinos o sangue das pessoas produz um remédio para combater o micróbio quando ele entrar, assim não ficam doentes. A vacina é isso, pedacinhos dos micróbios para combater micróbios inteiros. Já pedi ao presidente verbas para começar a produção da vacina. Mas teremos também que divulgar hábitos de higiene. Isso será o mais difícil, mudar as pessoas. Mudar os costumes. Eis um dos aspectos mais difícieis da Batalha Permanente.


                                                  CENA 13

(MANGUINHOS)
OSVALDO - Finalmente em Manguinhos!Precisamos de uma mesa para nossas reuniões, para que eu possa ensinar a essa equipe como produzir vacinas.
(TÉCNICOS DE AVENTAL BRANCO TRAZEM DUAS BARRICAS E UMA PORTA QUE MONTAM COMO MESA E SENTAM-SE EM CAIXOTES. OSVALDO ABRE UMA CAIXA E UMA MALETA DE ONDE RETIRA E MONTA UM LABORATÓRIO) Esse é o microscópio, onde iremos selecionar os seres minúsculos que usaremos para a fabricação de vacinas, colocamos nesse tubo com liquido próprio e aguardamos algumas horas. Depois...
RADIO - O governo informa que pagará trezentos reis por rato morto que for entregue aos homens de corneta. Pedimos a toda a população que colabore nessa guerra contra a peste. Lavem suas calçadas, recolham o lixo. Lavem bem os alimentos e as mãos antes de comer. Matem ratos e insetos. Repetimos: o governo paga trezentos reis por rato morto. Os agentes de saúde estão saindo às ruas para investigar os possíveis focos de doença. Procurem os homens da corneta!
OSVALDO - As campanhas já começaram. Que ótimo! Soube que o Adolfo Lutz, em São Paulo, também conseguiu desenvolver vacinas contra a peste. Agora temos que fazer uma lei que obrigue as pessoas a tomar a vacina. O povo tem medo de tomar vacina. Precisamos obrigá-los. A nossa guerra continua, senhores, vamos ao trabalho. Vamos dissecar esse rato morto para que vocês vejam como funciona a doença e a transmissão. Vejam, aqui, nas víceras.
TÉCNICO - Doutor, esta havendo um incêndio nos fundos do prédio, vamos lá ajudar.
OSVALDO - Deve ter muita gente debelando o fogo. O importante, agora é produzir a vacina. Vamos continuar a dissecação do rato. Vejam, onde se instalam os micróbios. Agora é só ...
TÉCNICO - Agora temos que sair o fogo está chegando muito perto.
OSVALDO – Recolham nossos instrumentos. Vamos. (SAEM TODOS)


                                                       CENA 14

(DOIS TÉCNICOS VESTIDOS DE UNIFORME CINZA SAEM DEDETIZANDO E REVIRANDO TUDO, ENQUANTO DOIS CIDADÃOS PROTESTAM BATENDO NOS TÉCNICOS E IMPEDINDO O TRABALHO DELES.)
CIDADÃO 1-Fora, fora, Saiam da nossa casa!
CIDADÃO 2 - Isso é um desrespeito, entram em nossas casas, sobem nos nossos telhados, remexem no nosso lixo, dão ordens. Quem pensam que são?
TÉCNICOS – Agentes do Governo!
CIDADÃO 1 - Agentes do Governo? E daí?
CIDADÃO 2 – Saiam já daqui ou chamo a policia! (OS DOIS TÉCNICOS SAEM DEBAIXO DE PANCADAS. PERSEGUIDOS PELOS DOIS CIDADÃOS.)

                                                       CENA 15

RADIO_ Sensacional julgamento do medico Osvaldo Cruz. A população contra a obrigatoriedade da vacina despudorada, que obriga as mulheres a levantar a saia e deixar as coxas à mostra.. Vejamos, como segue o julgamento. Nesse momento o próprio doutor que se levanta e fala em defesa própria. Ouçamos:
OSVALDO - Uma só casa que não for desinfetada, uma só pessoa que não tomar a vacina, poderá contaminar toda a cidade novamente. Quem não quer vacinar-se poderá ser infectado. E, ao sê-lo, transmitirá a doença a quem não deseja ser doente. Se colidir com o bem comum, aí sim, a liberdade individual converte-se em tirania. É para o bem do país que estou obrigando todos a tomarem vacina. Basta verem os números da doença, senhor Juiz.
RADIO_ Parece que o Juiz concordou com o doutor Cruz. A obrigatoriedade será mantida, senhoras e senhores. Mas agora será no braço e não mais na coxa.


                                                                CENA 16

(MUITOS RATOS DANÇAM E CANTAM SOBRE CAIXOTES DO PORTO.)
RATOS_ Vamos espalhar nosso cocô e nosso xixi,
               Sujar toda a cidade daqui, de lá, de cá,
               Aproveitar o lixo nas ruas
               Ruelas e becos escuros.
               Lá iarí, larí, laiá!
RATO 1_ Temos um trato com nossos hospedes.
RATO 2 – Sim, eles viajam dentro de nós, depois os levamos passear por aí, espalhando pelas ruas.
RATO 3_   Nome estranho eles possuem, micróbios.
RATO 4_ São muito pequenos mesmo. Micros. Mínimos. Assim não nos incomodam. Nem sentimos a presença deles dentro de nós.
RATOS_ (CANTANDO) Vamos espalhar nosso cocô e nosso xixi,
                                           Sujar toda a cidade daqui, de lá, de cá,
                                           Aproveitar o lixo nas ruas
                                           Ruelas e becos escuros.
                                             Lá iarí, larí, laiá!
RATO 4_ É feio falar cocô e xixi. Sua mãe não ensinou, não?
RATO 3 _ Então como se fala isso? Todo mundo faz, os seres grandes e os pequenos também.
RATO 2_ Fezes e urina. É mais bonito falar assim.
RATOS_ Fezes e urina, cocô e xixi, tanto faz.
               (CANTANDO) Micróbios estamos a transportar
                                        Nas fezes e urina a espalhar
                                        Nas ruelas e montes de lixo
                                        No escurinho é onde preferimos morar.
                                        Lá iarí, larí, laiá!
(RATOS FAZEM UMA GRANDE CHUVA DE FEZES PELO PALCO. FOGEM AO VER OS TÉCNICOS QUE ENTRAM COM VASSOURAS, PÁS, E BORRIFADOR DE VENENO.)
TÉCNICO -Varre, varre, varre vassourão,
                   Leva o lixo pra bem longe,
                   Abre todas as janelas,
                   Deixa o sol entrar de montão.
                   Arejar as casas e os cômodos escuros
                   Vou limpar toda a sujeira,
                   Matar os ratos e os insetos
                   São as ordens do doutor
                   Osvaldo Cruz,
                   Ele mandou!
                   Eu vou, eu vou de vassourão!
RADIO – Os técnicos do Governo agora têm mandado para entrar em qualquer casa e fazer seu serviço. População revoltada vai às ruas contra o Governo.
MULHER _ Não admito que ninguém entre na minha casa dizendo o que devo fazer com o lixo. Eu jogo na rua e pronto. Quero ver quem vai me impedir.
TÉCNICO_ Eu! Eu e a policia. O Departamento da Saúde mandou desinfetar todas as ruas, recolher o lixo, acabar com os ratos. Com licença, vocês estão obstruindo o serviço publico!
HOMEM _ Pois pode tratando de ir embora com seus apetrechos, que na minha casa ninguém entra!Nem publico, nem privado. A casa é minha. Aqui quem manda sou eu. Fora! (TÉCNICO SAI ESCORRAÇADO, RATOS SE DIVERTEM)
RADIO _ Extra!Extra!Agora é obrigatório. Os técnicos da Saúde vão entrar em todas as ruas, todas as casas e todos são obrigados a tomar vacina!Os juizes do Tribunal ficaram do lado do doutorzinho.
(UM TÉCNICO ACOMPANHADO DE UM POLICIAL DÁ VACINA NAS PESSOAS, O PROCESSO É O SEGUINTE: A PESSOA MOSTRA A COXA. TÉCNICO FURA COM UMA AGULHA MUITAS VEZES E DEPOIS APLICA A VACINA.CARETAS E GRITOS DE DOR.)
RADIO _ Nova revolta da população contra o departamento do Doutor Osvaldo Cruz. Pedem ao presidente Rodrigues Alves que demita tal doido do governo. Mandar furar a coxa das pessoas até sangrar e depois a vacina forma uma grande ferida. Isso é a cura que o governo nos prometeu? Essa vacina é um atentado contra a liberdade individual, um atentado contra o pudor. Onde já se viu obrigar as mulheres a levantar as saias e mostrar a coxa em publico? O povo esta entrando com pedido de hábeas corpus nos tribunais. Entre você também com seu pedido de hábeas corpus contra a obrigatoriedade de tomar a vacina .e a tortura de ser picado ate sangrar.O advogado da Rádio Popular está de plantão para ajudar o povão!É só assinar a procuração. Vamos lutar contra esses atentados aos nossos direitos de cidadão. Venha, venha logo.


                                                      CENA 17

(ZÉ E PEDRO REVIRAM CAIXAS NO PORTO CATANDO COMIDA. PEGAM FRUTAS TROPICAIS.)
PEDRO _ Isso parece cocô de rato, melhor lavar, Zé.Tão avisando no rádio...
ZÉ - Bobagem, pra que? Até achar água e lavar... Tô com fome, muita fome. Faz três dias que não acho comida, cara. Vou comer assim mesmo. Veja! Que lindo esse ratinho. É um filhote, talvez abandonado pela mãe, que nem eu, Pedro. Eu vou ser a mãe e o pai desse ratinho, tão bonitinho.Vem cá, nenê.Não ficará abandonado por aí, nenê.Quer fruta? Come aqui. Papai cuida de você.
PEDRO _ Mas o rádio diz que pagam trezentos reis por rato morto.
ZÉ _ Ninguém vai matar meu filhinho, né, Rodrigues? Vou te batizar com o nome do Presidente do Brasil: Rodrigues Alves do Morro do Rio de Janeiro. Eu não tenho sobrenome, não, é só Zé, viu? (BATIZA O RATO COM CUSPE E COLOCA NO BOLSO) Eu que não vou tomar a tal vacina, Pedro, não vou deixar furar minha coxa e ficar com uma ferida. Não vou tomar vacina. Dói.
PEDRO Mas dizem que faz bem. Quem toma a vacina não fica doente, vamos procurar o tal agente que dá vacina...
ZÉ_ Nem precisa procurar que ele vem vindo ali. Pernas pra que te quero. Fica quieto ai no bolso, Rodrigues Alves do Morro do Rio de Janeiro.
TÉCNICO_ Ei, vocês dois! Garotos, preciso dar a vacina em todo mundo. Venham cá!
(FUGA ESPETACULAR DOS DOIS PELA PLATÉIA. PEDRO TENTA OBSTRUIR A PASSAGEM DO TÉCNICO DANDO FUGA PARA O ZÉ. OS DOIS LADOS TENTAM CONSEGUIR APOIO E CUMPLICIDADE DA PLATÉIA. PEDRO É PEGO E TOMA A VACINA.)


                                                     CENA 18

RADIO _ É fascinante, senhoras e senhores. Parece que o doutorzinho, como era chamado antigamente, realmente tinha razão. Em 1.903 tivemos 469 casos de peste, no ano seguinte, 1.904, caiu para 39 casos, e hoje, em 1.906 nenhum caso de peste foi constatado pelos agentes de saúde. Osvaldo Cruz salvou nossa cidade e nosso país. Os navios americanos já voltaram a aportar em nossa pátria, normalizando o comercio internacional. Apesar de ter usado força policial para conseguir vacinar 31 mil pessoas, cremos que seu esforço valeu a pena, doutor Osvaldo Cruz. Só podemos lhe pedir desculpas pelas campanhas contra sua pessoa. Será que não dá pra inventar uma vacina sem dor?

                                                           CENA 19

ZÉ - Pedro, não sei o que tenho, amigo, estou com vertigem, com muita dor no corpo todo, estou quente, suando frio, com dor de cabeça, vomitando, não posso nem olhar pra luz do sol, me leva pro hospital daquele doutor. Guarda o Rodrigues Alves do Morro do Rio de Janeiro com você, senão vão matar ele.
PEDRO - Vem, eu te levo até um medico qualquer. O doutor Osvaldo Cruz é chefe não vai tratar um moleque de rua pessoalmente. Todos sabem como tratar a epidemia, agora. Mas o rato, acho melhor jogar fora, ele se vira sozinho. Ele que transmite doença. Não é bicho de estimação, não, Zé.Vem, segura no meu ombro.
ZÉ_ Não! Então, levo ele no bolso, escondido.
PEDRO_ Deixa comigo, eu levo ele pra minha casa. Ponho na gaiola do passarinho pra não fugir, até você voltar.
OSVALDO - É esse também está contaminado. Febre de quarenta graus. Todos os sintomas de peste bubônica. Deixe seu amigo aqui com a gente, faremos o possível para salva-lo, garoto. Melhor chamar a família dele.
PEDRO _ Ele não tem família. Vive lá no morro, em qualquer canto, ele é órfão, doutor. Por favor, salve meu amigo. É meu único amigo. O radio disse que não tinha mais epidemia na cidade. Como foi acontecer isso com ele?
OSVALDO - Desculpe, isso eu não sei dizer. Talvez ainda exista um foco lá no morro, num monte de lixo com ratos, não sei. Vamos mandar os agentes irem borrifar remédio lá. Indique onde ele mora para os agentes. Deixe seu amigo comigo. (ZÉ ENTRA COM O OSVALDO NO HOSPITAL E PEDRO LEVA UM AGENTE COM ELE.)


                                                CENA 20

OSVALDO - Prometi ao presidente que em três anos acabaria com todas as epidemias que grassam no Brasil. Agora vamos combater o mosquito raiado que transmite a varíola. Depois vou viajar pelo território brasileiro ver de perto o Norte e o Sul. Principalmente a Amazônia.Na Europa, a peste matou um quarto da população no século quatorze.Por pouco o continente Europeu não ficou deserto de pessoas.Era montes de cadáveres por todo canto, disseminando ainda mais doenças.Vamos evitar uma catástrofe dessas aqui.Agora vocês vão caçar mosquitos, jogar petróleo nas águas paradas para matar as larvas, aterrar as lagoas.
RADIO – O presidente Rodrigues Alves vai modernizar a cidade do Rio de Janeiro, desapropriando as velhas fazendas e chácaras, rasgando novas avenidas e alargando as ruas já existentes no centro velho da cidade, pondo no chão casas velhas e abandonadas, quiosques infectos, limpando o lixo e varias outras modernidades.
OSVALDO_ Agora vai ficar mais fácil controlar as doenças. Um lugar tão bonito como o Rio de Janeiro, que traz a morte aos visitantes é impensável com tantos avanços do século vinte. Vamos à luta, borrifem tudo. Temos que acabar com o mosquito raiado que transmite a varíola. Verifiquem cada poça de água. Não deixem escapar nem uma gota de água.
TÉCNICO - Creio que não teremos mais tantos problemas, a população já está acostumada com as novidades do secretario da Saúde.
OSVALDO - Senhores, vou deixar o cargo e me dedicar a minha horta em Petrópolis e a minha saúde, que anda muito debilitada. Adeus. Vocês partem para um lado e eu para outro.
(TÉCNICOS DESPEDEM-SE DE OSVALDO)

                                                        CENA 21

PEDRO _ Doutor, vim ver meu amigo, o Zé.Como ele está?
MEDICO _ Infelizmente, é muito difícil salvar um paciente com peste bubônica, meu filho. Creio que é melhor você ir para sua casa. Ele se foi, mas antes de ir, ele pediu para soltar o Rodrigues Alves do Morro. Eu não entendi. Tem um outro presidente do Brasil no morro?
PEDRO – Eu entendi, mas não posso explicar pro senhor, muito obrigado por tudo e até logo. (PEDRO SENTA E CHORA A MORTE DE ZÉ) Eu não devia ter deixado ele ficar com o rato no bolso, tantos dias.Puxa, ele só tinha doze anos. Não viveu nada ainda. Tantos sonhos de crescer e dar emprego pra todo mundo. Não é justo. A culpa foi minha. Eu devia...
ZÉ - Culpa do que? Posso saber, senhor Pedro da Fonte? No que meu melhor amigo errou? Errar é humano, cara. Vamos tomar um banho na Lagoa? Levanta essa bunda do chão...
PEDRO _ Zé? Você ta vivo? Pensei que tinha morrido. Pensei, que burro... O médico não falou em morte, disse que você tinha ido. Ido embora, não pro cemitério, mas pro morro. É claro! Zé! Que bom te ver. Vamos. As lagoas estão proibidas, melhor tomar banho de mar, mesmo.Vamos.

                                                  CENA 22

(ZÉ E PEDRO ENTRAM VESTINDO TERNO BRANCO E CAMISA LISTRADA E INSTRUMENTOS MUSICAIS, SÃO INTEGRANTES DE UMA BANDA QUE TOCA NA RADIO.)
ZÉ _ (TIRA UM HAMSTER DO BOLSO)-Olha o que comprei pro meu filho.
PEDRO _Um rato? Tá louco, cara?
ZÉ - É um hamster, um rato caseiro.Tá vacinado e tudo mais.Não vai deixar filho meu doente.É um mascote muito engraçadinho, dorme o dia todo. Veja.
PEDRO_ Ta na hora da banda entrar no ar. Vamos. (TOCAM UMA MODINHA).
APRESENTADOR DA RADIO – Extra, extra! Sentimos informar que o país se encontra de luto, morreu hoje o medico Osvaldo Cruz aos quarenta e cinco anos!Ao doutor nossa gratidão por ter livrado o país de tantas doenças. Por favor! Um minuto de silencio!(ZÉ E PEDRO CHORAM)
PEDRO_ (CANTANDO BEM BAIXINHO)
Esse foi o dotô
que salvô o Brasil.
Esse foi o dotô que salvô
Zé,meu irmão!
E Antonio, e Laura, e Maria e Josefina.
Esse foi o doto que viajô o Brasil
do sul ao norte.
Pra curá da morte o povo trabalhadô!
ZÉ_ Passa o microfone ai. Apesar da tristeza que sinto pela morte de quem salvô minha vida. Quero fazê uma homenage!Acho que temos é que comemorar com muita alegria a vida de um homem que descobriu que bichinhos minúsculos ou micros é que causavam as doenças tropicais e mortais. Ele que viajou pra lugares onde ninguém queria por os pés, e curou todo mundo com as tal vacina. Mas que doía,doía! Ele que fez os navio voltá a parar nos porto brasileiro, comprando e vendendo coisas boas. Esse homem que ensinou hábitos de higiene e saúde pro Brasil, que ensinou a lavá as mão, lavar a comida, recolhê o lixo, varre a casa e a rua. Afinal tudo isso é nosso, num é só da porta de casa pra dentro que nóis tem que cuidar.Tem que cuidá da cidade,do pais, do planeta, do Universo! Em homenagem a esse homem maravilhoso eu quero muita alegria pra agradecer tudo de bom que ele fez por nóis, povo do meu país!Vamô cantá!Puxa aí, Pedro!
PEDRO_ (CANTANDO BEM ALTO)
Esse foi o dotô
que salvô o Brasil
esse foi o dotô que salvô
Zé,meu irmão!
E Antonio, e Laura, e Maria e Josefina.
Esse foi o doto que viajô o Brasil
do sul ao norte.
Pra curá da morte o povo trabalhadô!

GATOS_ (CANTANDO)
A gente que era culpado por tudo
que acontecia de errado no mundo...
Agora somos nós que salvamos
as gentes desta nação!
Matando os ratos e seus hospedes,
os micróbios!
Deixando todos debaixo do chão!

                                           FIM

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E-MAIL:licaneaime@ig.com.br
Como não sou filiada à SBAT todos os meus textos são registrados na BIBLIOTECA NACIONAL e autorização para montagens ou leituras podem
ser feitas diretamente com a autora ou no Departamento Jurídico da Cooperativa Paulista de Teatro

Os alunos da Escola Célia Helena têm prévia autorização de montagem apenas me informando a data da estréia e da temporada.



Biografia:
Formada pela em Artes Cênicas pela Escola de Comunicações e Artes da USP, atriz, bailarina, cenógrafa, figurinista, bonequeira, entre tantas outras atividades. Ganhou os prêmios: Molière, Mambembe, Governador do Estado e Mutirão, por textos infanto-juvenis. Dramaturgia. Ganhou os prêmios: Molière, Mambembe, Governador do Estado e Mutirão, por textos infanto-juvenis. SUGESTÕES, CRITICAS, AUTORIZAÇÕES: texto de LICA NEAIME TEL: (11) 37313666 END:R. Gastão do Rego Monteiro, 368_ Jardim Bonfiglioli- Capital _S.P. CEP:05594-030 E-MAIL:licaneaime@ig.com.br Como não sou filiada à SBAT todos os meus textos são registrados na BIBLIOTECA NACIONAL e autorização para montagens ou leituras podem ser feitas diretamente com a autora ou no Departamento Jurídico da Cooperativa Paulista de Teatro Os alunos da Escola Célia Helena têm prévia autorização de montagem apenas me informando a data da estréia e da temporada.
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