Hoje, na plantação de poesias,
colhi as palavras frias,
que dormem e acordam quando a noite chega,
se escondem nas dobras da incerteza...
As pus sob os olhares de estrelas,
que pudessem vê-las
os cometas que passam e atendem pedidos
de namoradas que perderam os sentidos,
os incautos que põem no prato da vida
o que não podem comer,
as verdades duras de doer,
saborosas, malditas...
Para tudo há lei,
menos para poemas sem eira e nem beira,
que os sei,
encarnações de deuses pagãos,
descem à terra branca
esfregando as mãos...
Signos e significados
modificados
que modificam o estado
das coisas
que vivem às expensas
da denominação:
do invisível vivem
as poesias
no tabuleiro da desrazão...
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