Ainda que eu não queira
e queira me parecer com uma fortaleza
sinto como se estivesse à beira
de desmoronar tudo o que pensei certezas
escapando assim de me tornar prisioneiro
de lembranças como um barqueiro as tem do rio
ou tentar não sentir aquele vago olor
de flores que tiritavam no vaso frio...
Ainda não sei porque as mesmas palavras
voltam à tona e trazem o silêncio
como se não me restasse mais nada
além deste interior incêndio...
Descubro, enfim, que sou eu meu próprio inimigo
a devastar o que plantei, um campo de nãos,
e acho que mais que isso já não consigo
como se um labirinto tomasse meu coração...
Como pode alguém pedir para alguém voltar
se até eu já fui embora de onde estou
por ter me perdido olhando o luar
da floresta onde você me achou?
|