As desilusões
Algumas pessoas batem o olho em alguém e dizem: “é ela” ou “é ele”. “Achei minha cara-metade”. Opa.
E sem maiores questionamentos começam a se envolver com a pessoa, sem saber direito o que o outro almeja.
Vou citar um exemplo: quantas pessoas não se apaixonam somente pela aparência ex-terna e passam a sonhar com qualidades que ela não possui? Resultado: DESILUSÃO.
E de quem é a culpa? Provavelmente não é daquela que cruzou o caminho de alguém por acaso, que estava quieta em seu canto. A culpa é de quem não questionou devida-mente e se iludiu com facilidade, supondo que apenas um rosto bonito, um sorriso perfeito seria sinônimo de felicidade eterna.
Acontece que os objetivos, os ideais de vida dessas pessoas são diferentes.
Certa ocasião eu conheci uma garota que se apaixonou perdidamente por um homem que passava de Audi todo dia em frente ao seu colégio.
Eis que um belo dia, ela finalmente criou coragem e foi conhecê-lo.
Para sua surpresa, o sujeito era o simples chofer.
E a grande paixão da garota foi por água a-baixo.
No fundo o que o rapaz representava era um (falso) Status. E ela simplesmente se deixou iludir pelo carro.
Quando você vai a uma loja de roupas nor-malmente experimenta uma peça, antes de comprá-la, e por mais atraente que pareça ser, se não servir você não compra, certo? Ou compra pra fazer pequenos ajustes.
Assim são os relacionamentos. Pra dar certo você tem de ver se a pessoa serve pra você, ou se serão necessários alguns ajustes.
Grandes reformas são desaconselháveis (tanto em roupas como pessoas) porque você acabará deformando o “modelo origi-nal”, e o que é pior: o caimento da “peça ajustada” jamais será impecável.
Se a pessoa não é aquilo que você alme-ja,desista dela, porém jamais desista de seus sonhos.
Jamais tente mudar as pessoas só pra que se encaixem nos seus sonhos.
Forçá-las a mudar só tornará a situação mui-to pior, como usar um sapato apertado: lo-gicamente você estará calçado, mas com um sapato (lindo até) que lhe da calos, ao invés de conforto.
Aprenda a valorizar seu capital afetivo, e sobretudo a respeitar as limitações da pes-soa.
Quantos existem que se apaixonam pela a-parência física de alguém, e quando a co-nhecem mais profundamente, percebem que não era bem aquilo que sonhavam, e tentam mudar a pessoa, numa vã tentativa de que ela caiba em seus sonhos estreitos?
E vivem uma ilusão desnecessária, porque na verdade ninguém muda sua verdadeira essência pra agradar o outro, e se o faz, ge-ralmente vive infeliz pois perde parte de sua identidade.
Por isso temos que amar e aceitar as pessoas exatamente como elas são.
Se não for possível aceitar uma pessoa pelo que ela é, eu sugiro que você nem comece a se relacionar, porque essa mudança de per-sonalidade é dolorosa e nem sempre vale a pena, principalmente se a mudança não re-verter em benefícios pra quem muda.
Se você tem dificuldades de encontrar al-guém que caiba em seus sonhos, talvez seja hora de rever seus conceitos de “alma gê-mea”. Se você é do tipo que não acerta nun-ca, tome cuidado, pois talvez esteja exigindo demais. Um pouco de tolerância e paciência muitas vezes resolve muita coisa.
Tenha paciência consigo.
Tenha paciência com os outros.
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