A flor que pintei na tela
Não era a colhida pelo meu olhar;
Não soube a mão pincelar o resgatado pelos olhos.
A flor que os olhos colheram
Não era a que florescia diante de mim;
Era a que moldei em meu desenflorar,
Em meus pensamentos desarrumados,
Em terras que reguei com sombras sutis.
Se eu tivesse olhado a flor
Desprendendo-me da turvação dos sentidos,
Sem laços que fardam a existência,
Eu teria realmente teria enxergado a flor
E uma embriaguez entre mim e sua existência
Deu-me jardins de marasmos.
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