se eu morrer aqui (de aqui)
como morrem os que, cansados de si adiante,
não cabem morrer em novos amanheceres
que eu morra tão aqui
sem algum ali
sem qualquer lá
que alcance o utópico dos trópicos
o sol
que não há de chegar.
O frio ebânico,
sem dó,
congela o marfim da primeira luz das manhãs
sobretons retroativos em acordes menores
na escala fugal da existência.
aqui, só aqui (deserto cromático irresoluto)
tão de aqui eu possa me fartar
que todos os alis, acolás, aléns
voem pelas tempestades de vazios
que passam em solos
em que eu não soube me enterrar.
|