I
Quem, pois, então, me ensinou a te amar,
Quando encontrei beleza e encanto no teu olhar?
Quis ser amado, procurei esquecer a saudade,
Ela se faz presente em cada verso da poesia,
Mostrando-me a triste alma poética que tenho...
Despir-me da esperança, encontrei-me pobre coitado...
Fiz das palavras um encontro com o pretérito,
Vi as horas derradeiras nas noites de frio...
Nos meus versos derramo todo o meu pranto
Que nem o sonho demorado os pode enxugar,
Sinto a minh’alma ferida de morte,
Duma chaga que não se pode curar...
Não se parece com as chagas de Jó,
Creio eu, que não as suportaria,
Não teria tamanha fé depois de ter perdido tudo,
Certamente morreria ao ser ferido por “Satanás”.
Minha chaga é a mesma que sentem os poetas...
Maldito destino traiçoeiro, esse de agora.
II
Quem me fez escravo do amor?
Nas minhas poesias só há versos de solidão e dor...
O meu peito esteve dilacerado por um tempo,
Por essa ferida que brotava pensamentos internos...
Não houve ciência que pudesse me medicar,
Ela é muito demasiada em suas datas...
III
Quem me ensinou a amar quando não queria?
Não era pra ter olhado dentro dos teus olhos,
Envolvido fiquei nos teus segredos,
Os quais nem mesmo tu conheces...
IV
Quem me ensinou a amar quando não havia amor?
Perdi-me nos versos dos meus poemas;
Ainda não encontrei mistério maior
Que não pudesse desvendar nos sonhos...
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