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A LÓGICA E A JUSTIÇA DIVINA NAS ENCARNAÇÕES
HSERPA

A LÓGICA E A JUSTIÇA DIVINA NAS ENCARNAÇÕES

Muito fala-se de vida após a morte, de reencarnações, de efeito de causa e efeito, de carmas, de céu e inferno, de nirvana, de vida após a morte, ou antes, sem nenhuma base lógica e tantas outras coisas mais relacionados à nossa vida, que de tanto falar aqui e ali, e de tantas contradições e até asneiras ditas pelas religiões, a maioria das pessoas já perdeu a busca por estas informações tão importantes para entendermos o que acontece durante o período terreno, as coisas mais importantes da vida, pois tudo virou um balaio de gato, onde volta e meia entra mais algum gato.

Para a psiquiatria tudo ainda se resume na infância, ou até a vivências no intrauterino para explicar tudo e eu não quero aqui entrar no questionamento de nada nesta área, pois sei que foram úteis em algum período da minha vida, pelo menos para saber que em algum momento, neste caminho não ia encontrar nada, e quando você não sabe o que não está batendo bem em você o melhor caminho é o da eliminação.

Este raciocínio é no mesmo caminho de um mecânico que vai consertar o teu carro e não sabe por onde começar, quem já teve um desses problemas fantasmas em um carro sabe do que estou dizendo.

Comprei uma vez um carro da moda, na época onde não haviam carros importados, que aconteceu isso. Andava seis meses na cidade e o carro era estupendo, mas quando saia em viagem ai pelos 100 km rodados o Ar condicionado não funcionava mais e tinha que terminar a viagem me esborrifando de calor e janelas abertas.

Levava na concessionária, Ok, agora está bom, e ai ficava rodando na cidade, normal, mas quando voltava a pegar a estrada, eis o problema novamente, voltava lá na volta, depois de uma viagem escaldante, e tudo bem, tinha sido isto e aquilo e agora estava bom.

Voltava a viajar e acontecia novamente e ai tinha que ir em frente até poder voltar e levar lá, e lá chegando eles ligavam o carro e diziam “mas está bom senhor, o senhor mesmo está vendo”, mas o senhor deixa aqui, vamos dar uma olhada e lógico que nem mais olhavam, e quando fui pegar pela quarta vez perguntei:

“Consertaram, agora ficou bom? Para lhe ser franco fizemos todos os testes, mas não acusou nenhum problema, não podemos fazer mais nada”, então está bom, disse, então o problema sou eu? perguntei, eles já não me aguentavam mais, nem eu a eles, esta é que a verdade, então Ok vamos ver se este carro não tem problema mesmoi.

Convidei um amigo que não tinha nada para fazer e fomos “viajar” em volta da cidade, e após ter rodado os tais dos 100 km parou de funcionar o bendito do ar condicionado e ai fui direto para a concessionária e ai perguntei: “Então este ar condicionado funciona?
Então entra no carro faz o favor, vamos dar uma volta na quadra com as janelas fechadas.

Puxa é mesmo! Ai deixei lá o carro e com ele aquecido descobriram qual era o problema, mas nesta altura eu já queria botar fogo naquele carro, já que ele só esquentava mesmo.

Na psiquiatria ou psicologia dos anos setenta era a mesma coisa, ou pior, o cara te cobrava o olho da tua cara, para depois de um enorme silêncio simplesmente dizer; “Por hoje encerramos, até a próxima seção”, meu, era loucura aquilo, e a minha família não era rica; está certo que falar um pouco acabava te dando alguma esperança, mas, meia hora depois que você saia de lá, já queria que um caminhão caísse de um viaduto bem em cima da tua cabeça.

Mas a vida continua, esta minha experiência ocorreu quando fui servir o exército e não aguentava mais aquele convívio e rotina estressante, quando o problema maior era a aglomeração de pessoas, hoje este distúrbio é chamado de Agorafobia, mas o exército, claro, não sabia o que era isso, muito menos os psiquiatras de então, mas só sei que a minha mãe acabou me tirando de lá, depois de muita luta e eu ter ficado uns dois meses numa Ala de doentes mentais, onde a maioria eram pracinhas que lutaram na segunda guerra e outros piradões que nem eu, daqueles anos setenta, onde nos víamos no filme “Um estranho no ninho” com Jack Nicholson, mas que eram chamados de malandros pelos sargentos e tenentes que ficavam me ameaçando que quando voltasse eu ia ver “o que era bom para tosse” de querer se livrar deles.

Tive amigos que levaram eletrochoques, assim como sei que Paulo Coelho também, e por isso, apesar de não gostar de alguns livros dele, principalmente da mística que ele gosta de criar em torno de si, que é tudo baboseira, pois estas sociedades que se diziam ou se dizem ser secretas são apenas formadas em cima de egos, sem nada de espiritualidade, mas de alguns livros não posso dizer que não gostei e que até me identifiquei, como a busca frenética do O Alquimista, Onze minutos (no mundo da prostituição) e Veronika Decide Morrer, de pirados como eu fui.

A psiquiatria era tão avançada naquela época que fui para o hospital psiquiátrico do exército duas vezes, na primeira quiseram me devolver, mas a minha mãe voltou à carga, e voltei para o hospital para ficar mais uns dois meses e dali sair sem ter falado nenhuma vez com nenhum psiquiatra, mas aquela saída de lá fiquei devendo à minha mãe.

Com o tenente que ficava me ameaçando aconteceu um lance que foi interessante e totalmente sem intenção, eu não tinha e não tenho maldade nenhuma, mas ele não saiu ileso. Ia ter um marcha especial e todos estavam com o uniforme de gala e eu por estar à paisana, estava fechado no vestuário e sentado numa caixa de engraxar sapato espiando a tropa ali do lado de fora, ainda em formação para o desfile, e depois eu iria embora.

E este tenente entrou e disse: “Bom soldado Serpa, já que estás indo embora dá um último brilho aqui no meu coturno e colocou o pé no lugar apropriado e eu ali sentado, com medo de alguma coisa ainda dar errado no último minuto, peguei o primeiro pano que vi na caixa e comecei a esfregar o coturno do tenente, só que o pano estava sujo e o coturno estava com cadarços branco, pois de gala, e já viu a meleca que deu, mas apesar da babada e escutar que eu não servia para o exército mesmo, acabei atravessando o portão pela última vez.

Dois meses depois estava com um amigo, naqueles tempos de malucos e caretas, e acabei indo preso junto com ele que era chamado Marcos, que depois começamos a chamar de “marcão”, que na época era sinônimo de quem dava vacilo, pois deu uma bobeira de deixar dentro de uma caixa de fósforo uma bagana de maconha, que não dava nem para uma puxada, e fez de nós e mais um outro que estava junto, que era filho de um tenente, por coincidência, virar primeira página de jornal.

“PRESOS COM OS OLHOS ESBUGALHADOS DE TANTA MACONHA”, não tinham melhor assunto provavelmente, e eu que nem gostava daquilo, mas gostava dos amigos, fui “guardado” junto com eles.

Cito isso, pois depois soube pelos meus amigos do exército, que com eles todos formados, os oficiais, com o Jornal na mão, deram uma baita de uma esculachada dizendo que o exército tinha se livrado de um mau elemento da pior categoria, e deixaram no mural o jornal até ficar amarelado para servir de exemplo, quando coitado de mim, estava pedindo para morrer de tanto chover coco na minha cabeça, e que eles tinham é ficado putos de não poderem mais pôr a mão em mim; meus amigos foram todos expulsos no final.

Mas a psiquiatria evoluiu muito, eu não posso falar nada, pois muito me ajudou depois, pois eu só estava começando a minha trajetória de estranho no ninho.

Esta história começou a ficar longa, mas o que posso dizer é que o psicólogo mais barato que a minha mãe tinha arranjado era um ex-padre, também professor da PUC do Paraná, e muito conhecido, pois era de família tradicional e muito rica de Curitiba, e tinha programas de psicologia e Filosofia em rádios, possivelmente da família.

Mas quando escutou eu dizer que iria parar com o tratamento, naquela altura era terapia de grupo, pois tinha encontrado uns livros (Mensagem do Graal “Na Luz da Verdade” de Abdruschin) que tinham me dado respostas e que ia me aprofundar neles, mas ele não quis abrir mão deste maluco aqui, que incandescia a turma de tanto questionar e falar, e só faltou me dar alguma grana como incentivo, ao invés de receber, pois do pagamento até dispensou, mas para o bem daqueles coitados, que espero que todos tenham ficado bem, eu não fui mais.

No sofrimento de alguém não tem nada de engraçado, mas lembro, antes de ter encontrado os livros de Abdruschin, que saindo um dia de umas destas sessões, entrei em uma igreja que estava vazia, (naquela época ainda não se roubavam igrejas), coisa que desde os meus tenros quatorze anos já não fazia mais e ajoelhei-me e procurei fazer uma prece, a mais profunda possível, mas vi que me faltava força interior, eu só tinha força mental, e que a culpa era só minha por não conseguir a força suficiente para merecer levar uma oração em frente, e sai dali consciente desta incapacidade.

Para a história não ficar sem pé nem cabeça digo que frequentei novamente o consultório de um psiquiatra, desta vez uma psiquiatra, quando já estava em um relacionamento estável há quase uns dez anos, e perto de me separar por iniciativa própria, e chorava feito um bebe de tanto sofrimento na alma, mas a única coisa que aquela psiquiatra sabia fazer era ficar dando umas cruzadas de perna, enquanto eu chorava feito um doido, mas não tão doido a ponto de não observar quais as intenções daquelas cruzadas, pois tinha desenvolvido sexo compulsivo, antes do casamento e que estava voltando com força total, mais um demônio que eu ia ter que cuidar.

Eu ainda estava muito longe para viver dentro dos ensinamentos de Abdruschin que eu considerava e considero inquestionáveis.

Mas para ganhar aquele tipo de pernas eu não precisava pagar tão caro, nunca paguei prostitutas, pois as ganhava de graça, quando fora do expediente; eu fui o protegido de muitas e pelo menos elas eram mais sinceras.

Separei-me e quando já estava morrendo de tanto sofrer e depois de separado, em um coquetel, encontrei uma amigo gerente de uma seguradora tomando guaraná, e ele era um baita de um bebum, perguntei por que, e ele me disse que estava tratando de Síndrome de Pânico e, ainda mais, o diretor dele que também era meu amigo, também estava indo lá no mesmo psiquiatra e quando passou alguns dias e eu apavorado, pois viria um feriadão de carnaval, e eu não sabia se ia aguentar tanto tempo sem falar com ninguém, fui lá e pedi o telefone do profissional.

Fui e o cara era caro, o mais caro de Curitiba, talvez entre os mais caros do Brasil, era de certa idade, tinha sido professor, tinha sido palestrante pelo mundo e já não dava entrevistas para revistas, vi uma vez quando a Veja o procurou.

Eu estava com trinta e oito anos e em pleno viço profissional, e tinha passado por tudo, então sabia que o cara era bom, haja visto eu e os outros dois conhecidos, figurinhas carimbadas na cidade, estarem se tratando com ele, e ele não queria saber quem foi meu pai nem a minha mãe, nem tocar no assunto, e já foi falando lances e me pondo para relaxar, ensinando técnicas; era como se a minha alma estivesse em carne viva, quando ele falava palavras para me acalmar eu sentia um alivio, ali deitado naquela maca.

O meu amigo dizia que o pé dele fervia quando ele dizia no relaxamento que o dedão dele estava esquentando, mas eu não conseguia me entregar tanto no relaxamento, mas fui melhorando. Assim como não tinha conseguido fazer aquela oração, não conseguia também me entregar no relaxamento, e por isso passei a fazer duas vezes por semana, gastaria tudo que tinha ganho, se fosse preciso, o cara me inspirava confiança, e eu estava com depressão profunda.

O mundo continuava me assustando muito e as mulheres mais ainda, apesar da quantidade que eu ganhava, mas sem capacidade de criar vínculos afetivos, tinha fobia.

Um dia depois de um enorme acidente, que fechou o centro da cidade de Curitiba, pois eu tinha batido em um taxi e os taxistas fecharam aquela via importante da cidade, até que tivessem todas as garantias que o amigo deles receberia os enormes prejuízos causadas em um acidente tão insólito, mas que ninguém se machucou, felizmente, e que virou conversa e risadas de mais de mês na cidade.

Um amigo que estava comigo no carro na hora do acidente tranquilizou todo mundo, de que eu era boa gente, tinha seguro e que iria pagar tudo, enquanto eu desmaiado fui levado para um pronto socorro, onde só acordei depois da hora do almoço sem saber o que tinha acontecido, mas sem nenhum machucado; o acidente tinha sido às sete da manhã, e teve TV extraordinária e também no jornal do almoço, enquanto eu ainda dormia no banco do hospital sem nem ainda ter sido atendido.

Fizeram um exame em mim, tinha só uma luxação no ombro, e me liberaram, tinha um monte de gente atrás de mim, mas como eu dormi no banco do hospital, não tinha prontuário de entrada e ninguém sabia onde eu estava, eu nunca imaginei que tivesse tantos amigos na cidade.

Liguei para minha irmã e perguntei se ela podia ir me buscar, ela foi e dali fui em busca do meu amigo que tinha guardado os meus documentos e algumas coisas pessoais muito mais importantes que eu tinha comigo no carro, e fui para o hotel onde morava. Lá almocei e li o jornal, onde mais uma vez eu era primeira página, embaixo de uma árvore que tinha numa pracinha em frente do mesmo e ali relaxei.

Passado este momento eu liguei para a minha irmã pedindo se ela poderia me emprestar um carro que eu iria para a praia com uma paquera que eu tinha brigado no início da noite do acidente, e onde alguns amigos iriam alguns dias depois para passarmos o ano novo.

Eu estava tremendamente sensível com tudo o tinha acontecido e sabia que haveriam muitas consequências graves, mas estava tranquilo lá naquela casa sozinho com aquela garota que era tão piradinha e lá, naquele isolamento, eu senti o sentimento que tinha sentido na adolescência e que sempre tinha corrido atrás sem nunca ter encontrado, e sabia da importância daquele momento para a minha vida, e consciente da libertação que eu estava tendo ali fui para um quarto escuro da casa e prostrado no chão agradeci aos prantos a Jesus, o Amor de Deus, pela libertação daquele engano, e esta oração eu sabia que era uma oração como deveriam ser todas as orações.

Alguns dias depois eu vi que aquilo que sempre procurei e sofri tanto buscando era apenas uma tola paixão, ridícula até, e que antes daquele final de ano já tinha passado.

Larguei o psiquiatra mais uma vez e só voltei num consultório de outro quando lendo um livro descobri que o que tanto me atormentava era bipolaridade, então estava começando um novo caminho, mas já tinham passado mais dez anos, já estava agora com cinquenta.

E assim vai a vida indo ao seu desfecho terreno, onde vamos encontrando no caminho as pedras que um dia colocamos em outras épocas, em outras vidas, e que agora vamos encontrando no caminho da volta.

Descobri nas minhas andanças que por conceitos religiosos errados que impus ferreamente a outros, em outros tempos, tinha pecado muito contra o amor, ao não permiti-lo ser natural em mim, e que por isso agora tinha tanta dificuldade de lidar com ele e com as mulheres inicialmente, e o medo social que oprimia a minha alma era por agora me sentir desprotegido sem o poder que tive naquela época e que usei para oprimir tantos.

Nesta vida sempre me senti como se todo mundo estivesse me olhando, me descobrindo por trás da máscara, e este medo era, claro, anímico, mas gutural, e hoje como sou feliz por, simplesmente, poder andar de vota pelas ruas da cidade, sem precisar ser de madrugada.

Quem sofre de amor, um dia pecou muito contra ele, isto eu sabia, e esta é a moral da história e que a psiquiatria nunca iria descobrir, mas me ajudou muito, assim como os ensinamentos do mestre Abdruschin a chegar até aqui.

Já comentei em outras crônicas algumas das coisas citadas aqui, mas são facetas diferentes da mesma história. Um dia eu fecho todas elas e vou dormir.

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Biografia:
Uma vida inteira em busca da realização do saber seguinte: "Não é o lugar em que nos encontramos nem as exterioridades que tornam as pessoas felizes; a felicidade provém do íntimo, daquilo que o ser humano sente dentro de si mesmo' Roselis von Sass – www.graal.org.br www.hserpa.prosaeverso.net
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