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CASAMENTO DA RAPOSA OU ASTÚCIA DELA...?
Rubemar Costa Alves

“Casamento da raposa!” Diz-se tal crença quando chove e faz sol ao mesmo tempo. Há uma estória tradicional que explica o dito popular:
          “A RAPOSA ia casar e, vaidosa, desejando que a floresta inteira comparecesse, fez convites com insistência. Havia, porém, um impasse pois há bichos que na chuva não saem das tocas e outros que só saem quando chove: dois grupos diferentes, de natureza diversa que dificilmente se acomodariam lado a lado. Tradicionalmente velhaca, ELA espalhou entre a bicharada contrária à chuva que o “profeta” do Jornal Nacional anunciara na tevê SOL para o dia do CASAMENTO, fazendo espalhar ao grupo oposto ao sol que uma infalível “profecia” de outro casal televisivo anunciava CHUVA para aquele dia.” A estorieta se encerra sem esclarecer em que ‘clima’ (trocadilho para leitor aplaudir!) foi realizado o casamento - o certo é que, ainda hoje, simultaneidade de sol e chuva é o popular “casamento da raposa”...
          Minha AMIGA adora simplicidade e ao mesmo tempo enigmas. Xiii, se alguém bobear, dá nó até em pingo d’água! (E EU casei com ELA, Mein Goten, casei!!!) Não vaidosa por festas, não queria um bando de gente, muitas vezes amigos e amigas falsos, invejosos, indo xeretar o CASAMENTO. Mesmo porque, noivo morando em outra cidade e onde ELA iria residir depois, não teria como hospedar nem gente sincera nem gente enxerida-bisbilhoteira. Maquiavélica ou por “distração” (nunca atrapalhada, pois é detalhista e não esquece nem confunde coisa alguma), o plano ‘raposal-velhacal’ deu certo. Pesquisou no atlas e na Internet. Escolheu ao acaso duas cidades bem longe... nome apenas com a mesma letra inicial “S” - fácil depois dizer que escutaram mal o que ELA falou por telefone. Para uns, casamento apenas CIVIL, indicou dois cartórios, ruas distantes, em cada cidade; para outros, casamento RELIGIOSO, indicou em cada cidade uma igreja católica, ambiente fechado, e um parque ecológico, moda de casamento ao ar livre sob um toldo branco, imitando telenovelas, ora casamento de luxo, mulherada em largos chapéus, ora simplicidade, permitindo jeans e camisa de malha - até aí, oito diferentes lugares... nenhum para o verdadeiro ato. Ah, e tem mais: não contar a ninguém, segredo secreto secretíssimo absoluto, “. ..estou convidando apenas você”. A estorieta se encerra sem esclarecer em que ‘clima’ foi realizado o verdadeiro casamento - o certo é que, amigos e “amigos” divididos em oito locais diferentes, sem salgadinho e guaraná ou cerveja, sem bolo ou champanhe, devem ter ido mesmo comer sanduíche de mortadela no botequim pé-sujo de beira de estrada ou baguete sem recheio na padaria da esquina.
          (Por que padaria é geralmente na esquina?!...)

                    F I M







Biografia:
PARVUS IN MUNDUS EST. (O MUNDO É PEQUENO DENTRO DE UM LIVRO) Ser dedicado, paciente, ousado, crítico, desafiador e sobretudo enlighned são adjetivos de um homem cosmopolita que gostaria de viver mais duzentos, ou quem sabe trezentos anos para continuar aprendendo e ensinando. Muitos de nós acreditam que uma vida de setenta, oitenta anos é muito longa, contudo refuto esse pensamento, pois estas pessoas não sabem do que estão falando. Sempre é tempo de aprender, esquadrinhar opiniões, defender, contestar ou apoiar teses, seguir uma corrente filosófica (no meu caso, a corrente kantiana), não necessariamente crer num ser superior, mas admirar e respeitar quem acredita nele. Entender a diversidade de costumes e culturas denominados de forma polissêmica nas diferentes partes do mundo, falar um ou dois idiomas, se perguntar o porquê e tentar encontrar respostas para as guerras, a segregação racial, as diferenças étnicas, o fanatismo religioso, o avanço tecnológico, o entendimento político. Enfim, apenas estes temas já levaria uma vida para se ter uma compreensão média. A leitura é o oráculo para estas informações, é ela que torna o mundo cada vez menor capaz de se acomodar nas páginas de um livro. É por isso que se diz que não há fronteiras para quem lê. Atualmente as pessoas confundem Balzac com anti-inflamatório, Borges com azeite, Camilo Castelo Branco com rodovia estadual, Lima Barreto com laranja de determinado município paulista, Aristóteles com marca de carro e por aí vai. Embora, eu tenha dissertado sobre o conhecimento culto, os meus trabalhos publicados aqui demonstram o dia a dia das pessoas comuns narrados através de divertidas e curiosas estórias. Meu público alvo são as mulheres. É para elas que escrevo, pois são elas possuidoras de sensibilidade capaz de entender o conteúdo do meu trabalho.
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