Debruço-me na noite
à contemplar as estrelas
e as brumas do tempo
que crescem ligeiras
na beira do rio,
tomando a floresta
que a circunda.
Fulgura no escuro
do azul celeste a lua,
envolta num semi-círculo
dourado.
A harmonia da natureza
transforma-se num poema
de espera pela doce
e meiga aurora do sol
que está para chegar
nas horas do tempo
do jardim dos encantados.
Do interior da noite
surge o canto das cigarras
e o pio da coruja
num galho ali perto.
A lua dá um bocejo
e a bruma, a névoa
aumenta e encobre
todo o vale e o sopé
da montanha.
Nada tão denso
que a luz do sol
não possa dissipar
no alvorecer
de um novo dia.
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