A União Europeia é formada por 28 países, sendo eles: Alemanha, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo, Holanda (fundadores); Áustria, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, Grécia, Hungria, Irlanda, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Romênia, Suécia e Croácia sendo este o último a entrar na UE no ano de 2013. Alguns países manifestam interesse em aderir a UE, porém muitos deles não cumprem as exigências para torna-se membro da UE. Antiga Republica Jugoslava da Macedônia, Islândia, Montenegro, Sérvia e Turquia são países que cumprem todos os critérios e estão a caminho da adesão.
A União Europeia, atualmente o maior Bloco Econômico, surgiu durante o período de conflitos da guerra fria, onde a Europa Ocidental e a Europa Oriental tiveram conflitos ideológicos que resultaram na divisão da Europa em dois sistemas, o Capitalista e o Socialista, respectivamente. Até então, a UE era chamada de Mercado Comum Europeu ou Comunidade Europeia (CEE). Contudo, os atuais membros da UE cumprem os antigos, porém não ultrapassados, acordos de livre circulação de pessoas e livre circulação de mercadorias, Entretanto, a moeda (euro) em comum não é adotada por todos os países membros. Atualmente, somente 18 países dos 28 membros pertencem à zona do euro.
A crise que teve início nos Estados Unidos com a falência do banco de investimentos Lehman Brothers, rapidamente atingiu a UE. Graças a não participação do Estado no comércio e nas relações econômicas, através do sistema neoliberal, a crise que iniciou nos EUA invade a UE de modo devastador. Chega primeiro a Grécia, o berço da humanidade, e consequentemente atinge não apenas a União Europeia, mas a Europa e o mundo. Tudo começou com o crescimento do déficit público, os gastos da Grécia começaram a ser muito maiores que sua arrecadação interna. Com a crise fora de controle o país teve que recorrer a um empréstimo de 110 bilhões de reais feito pela União Europeia e o BCE (Banco Nacional Europeu), porém esse dinheiro só seria depositado aos poucos, conforme a Grécia cumprisse as exigências desses órgãos, dentre as exigências estavam às medidas de austeridade.
Em razão da Crise Econômica, alguns países implantaram novas medidas no que se diz respeito à imigração. As justificativas para essas novas medidas são diversas, porem, há subentendida a questão da xenofobia e racismo. A maioria dos representantes governamentais justifica a lei de imigração como medida para melhorar, ou estabilizar a economia. O que os europeus pensam é “quanto menos imigrantes, mais emprego”, e assim não só aprovam as leis, como também passam a discriminar os imigrantes.
Cerca de 120 imigrantes vindos principalmente da Ásia e África com destino a Europa Ocidental cruzam a fronteira diariamente. Por isso outra medida para conter os imigrantes é a construção de um muro com arame farpado e sensores de movimento entre a fronteira da Grécia e Turquia.
Em 2012 um grupo de princípios neonazista chamado Aurora Dourada que acusa os imigrantes de roubarem os empregos dos gregos, conseguiram entrar para o parlamento e desde então a violência, os discursos xenófobos e ações questionáveis do grupo surgem a cada instante. Uma dessas ações é a distribuição de comida somente para aqueles que comprovarem ser 100% gregos, além de quererem proteger as fronteiras com minas em sua extensão.
Não bastasse tudo isso, os imigrantes sofrem hoje com o acesso restrito a saúde, pois na Grécia só quem possui um emprego legal tem acesso a assistência médica, por isso muitas vezes não só os imigrantes, mas também alguns gregos recorrem a ONGs, muitos imigrantes chegam a essas ONGs em situações precárias de má alimentação, fome e falta de vitaminas, devido às condições terríveis em que muitos trabalham, sob o sol, durante várias horas, com salários baixíssimos, praticamente em regime de escravidão.
Na Itália, Silvio Berlusconi anunciou novas medidas para limitar a migração irregular e expulsar os imigrantes ilegais. Essas novas medidas tornaram crime à imigração ilegal, onde as pessoas que entram na Itália de modo ilegal podem ser condenadas de seis meses a quatro anos de prisão. Berlusconi afirmou que a criminalidade e a violência no país se davam por conta das fronteiras que eram livres.
A lei de imigração trouxe e continua trazendo dados preocupantes. Na tentativa de cumprir o que a legislação impõe, os italianos vem tendo atitudes xenófobas. A violência contra imigrantes tornou-se algo corriqueiro, já que o medo dos italianos só tem aumentado. Já havia uma lei para a imigração ilegal, porém menos rígida do que a aprovada em 2008. De acordo com a lei anterior os imigrantes ilegais poderiam ficar no país por até 18 meses abrigados em centros temporários. Atualmente, com a nova lei esse prazo foi reduzido para dois meses. Caso o imigrante seja condenado a dois anos, ou mais, de prisão a sua expulsão será imediata. Além disso, o processo para obter cidadania italiana ficou mais burocrático. Ao casar com um italiano o estrangeiro tem que conviver durante dois anos para que se torne cidadão.
A crise que afeta duramente a Itália também tornou os índices de desemprego alarmantes. É comum ao ler noticias italianas encontrar cidadãos italianos cometendo suicídio por falta de emprego, ou por problemas financeiros. Em 2013 o número de suicídios aumentou 40%.
Já na Suíça a limitação da imigração foi composta pela proposta do partido populista SVP/UDC, onde os suíços deveriam votar a favor ou contra as novas regras para limitar o número de imigrantes no país. O governo teria um prazo de três anos para elaborar regras mais rígidas e então a medida seria adotada no país, cerca de 50% da população votaram a favor. Essas novas regras afetaram principalmente a UE (União Europeia), pois ao serem criadas acabam com o sistema de livre intercâmbio que existe entre a Suíça e UE, e que por sua vez tentou recorrer alegando que as novas exigências acabariam com o acordo firmado desde 2002. Disseram que considerariam as posições, não só dos cidadãos mais como do Conselho Federal também, e por último eles alegam que nada que prejudicasse o país ocorreu, pois as taxas de desempregos continuaram parcialmente as mesmas, os salários cresceram quando comparados com o período anterior e o crescimento econômico ainda é maior do que o da UE.
Imigrantes qualificados ou que fazem cursos superiores no país sofrem discriminação pelo fato de suíços quererem contratar apenas suíços qualificados para os cargos, sendo assim, quem tem qualificação, mas não é suíço, tem que trabalhar em cargos bem abaixo do que deveriam/poderiam trabalhar. Por conta disso estão tentando colocar em pratica a chamada integração da diversidade, que consiste basicamente em rever os modos de contratação, isto é, escolher os trabalhadores sem saber se são imigrantes ou suíços, o que deve ser levado em conta são as experiências e a forma como o candidato trabalha.
Mesmo que na Espanha não seja crime abrigar ou ajudar aos imigrantes ilegais, o governo propôs uma lei que multa qualquer e todo indivíduo que oferecer algum tipo de ajuda aos imigrantes ilegais. Além dessa lei da multa, o governo também criou leis que incentivam os imigrantes ilegais a voltarem para seus países de origem e também aumentou os dias de detenção para os imigrantes ilegais. Além dos nativos espanhóis terem que pagar multa que equivale de R$ 130 mil a R$ 230, também são obrigados a arcarem com as despesas da deportação do imigrante.
Essa onda de desrespeito aos imigrantes não atinge somente aos que são ilegais, mas também os legais. O governo faz o possível para dificultar a renovação de residência e trabalho, forçando aos que não conseguiram renovação partir para a ilegalidade, tanto para residir quanto para trabalhar. O processo de renovação é complicado, pois são feitas diversas perguntas pela polícia aos imigrantes sobre o país, a legislação, a União Europeia, entre outras. Além de, classificarem o esforço de integração de cada um. Caso a resposta sobre a renovação seja negativa, o imigrante é obrigado a se retirar imediatamente do país. Essas medidas são vistas por muitos como uma infração aos direitos dos imigrantes.
Ao estudar e compreender melhor o que é a União Europeia, fica claro que não se trata apenas de um bloco econômico. A União Europeia trata as questões sociais, políticas, econômicas, entre outras. O tão famoso “um por todos e todos por um” é o que fortalece esse bloco. Porém, nem o mais forte e resistente bloco econômico mundial, resistiu à crise econômica, pois, uma crise como essa, que teve início na maior potência econômica que são os Estados Unidos, facilmente se alastra por todo o mundo, já que o mundo inteiro está de certa forma, conectado aos Estados Unidos – com exceção da Coréia do Norte. A analisarmos os consequências da crise, torna-se alarmante o desrespeito, o preconceito, o racismo, a xenofobia. Principalmente, a xenofobia que ganha um enorme espaço nessa onda de desrespeito. Embora, as consequências tenham ido mais além que atos xenófobos, como por exemplo, a falta de emprego, o aumento no número de suicídios, a falência de muitos europeus e norte-americanos, é importante frisar a questão do preconceito, pois se trata de uma grave violação aos direitos humanos.
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