Quem sabe falar da natureza
não afasta esse sentimento
de solidão de minha alma?
Quase ninguém
observa a vida
ao redor.
Mas é o que mais
gosto de fazer.
Mesclar-me a ela
como se fosse eu mesma.
Já não sei mais viver
sem o sol para aquecer-me.
Já não sei mais viver
sem a água que jorra
da terra para saciar minha sede.
Tenho paixão
por montanhas
de picos azulados
ou enevoados
de onde correm regatos
de águas frescas
e nos quais posso
banhar-me após adormecer
na relva, extenuada e aquecida
pelo calor gostoso do sol.
Amo essa natureza iluminada
que nos faz febril, e nos dá prazer
só em admirá-la,
quanto mais tocá-la
ou misturar-se, fundir-se a ela.
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