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A BONECA DE SOPHIA - PARTE XIV " PENÚLTIMO CAPÍTULO"
EMANNUEL ISAC

... Norma quase larga Sophia no chão, ao se assustar em ver sua face transformada. Afastou a menina de seu corpo, Éster aproveitou para retomá-la e voltar ao círculo. Norma permaneceu petrificada, de frente para aporta de acesso à rua, não conseguia fazer parar de tremer suas mãos, ainda não se tinha dado conta, que aquela boneca demoníaca, já havia, em parte, tomado conta do corpo de sua filha, desde o momento que ela as encontrou no cemitério.

          Norma virou-se para Éster, e falou:

          - Eu quero a minha filha de volta!
          - É o que estamos tentando fazer! – Respondeu Éster, entregando Sophia mais uma vez para sua mãe que estava dentro do círculo;
          - Não se preocupe, agora falta pouco para tudo terminar! – Disse a mãe de Éster, sorrindo para Norma;
          - Falta pouco? Eu pensei que vocês já estavam com tudo preparado para realizar essa tal invocação? – Perguntou Norma, desconfiada e sem entender direito o que a mulher queria dizer com aquilo;
          - O ciclo já está se formando, devemos aguardar aquela que preside, chegar! – A mulher já estava em transe, quando tomou Sophia dos braços de Éster, a deitando sobre a fita entrelaçada;
          - Quem vai chegar? Do que é que sua mãe está falando? – Perguntou Norma para Éster;
          - Ainda falta uns elementos, para realizar o ritual definitivamente! – Respondeu ela;
          - Vocês já não tinham começado o ritual, quando aquele demônio apareceu?
          - Não! Aquilo era só a preparação da boneca, para manter NAZU dentro do círculo! – Disse Éster, puxando Norma para longe do centro da sala;
          - E porque vocês colocaram Sophia dentro do círculo?
          - Enquanto ela estiver dentro do círculo, nenhum outro demônio poderá entrar, e nem sair...
          
          Éster deixou Norma sentada na cadeira, observando a filha de longe que permanecia dentro do círculo, como se estivesse entrado em um sono profundo, sumiu na escuridão do corredor...

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          ... Bruno estacionou o carro ao lado da lanchonete do china. Nênia e o chefe de polícia entraram e sentaram-se em uma mesa afastada dos demais clientes, Bruno apareceu em seguida, trazendo enrolada em um pano, o pedaço do tablado:

          - O que vão querer senhores? – Perguntou a garçonete que estava acostumada a atender o chefe de polícia;

          - O de sempre; ovos com bacon, suco de laranja sem açúcar e água com gás..., bem gelada! – Disse Viegas com um sorriso largo na boca;
          - E vocês? – Perguntou ela para Bruno e Nênia;
          - Pra mim, um café com leite e um sanduíche de peito de peru! – Pediu Bruno;
          - Uma xícara de café preto, com pouco açúcar, por favor! – Pediu Nênia.

          A garçonete anotou os pedidos e afastou-se da mesa. Assim que ela sumiu da vista do trio, Viegas pediu para Bruno o pedaço do tablado que ele havia arrancado da cama. Colocou-o em cima da mesa, e começou a anotar em um papel, os nomes que conseguiu ler. Começou pelos nomes que estavam na horizontal: SONIA; MARCELO; HÉLIO; e BILE. Por último, anotou o nome de SOPHIA.

          Ficou parado olhando para aqueles nomes, até que percebeu quatro letras ao redor dos nomes: N, I, A e E. Tomou nota das letras no sentido horário. Mostrou os nomes para Nênia e falou:

          - Destes cinco nomes, você me disse que conhece quatro; esta Sonia, você sabe quem é?
          - Não! Não faço a menor idéia de quem seja! – Respondeu ela;
          - E o que são essas letras avulsas? – Perguntou Bruno;
          - Isso é o que vamos descobrir! – Respondeu o chefe, circulando as quatro letras.

          A garçonete voltou trazendo os pedidos, e os colocou em cima da mesa:

          - Se precisar de mais alguma coisa, é só chamar! – A garçonete saiu rebolando.

          Bruno e Nênia ficaram olhando para o chefe de polícia, que estava com o olhar vidrado, na garçonete:

          - O que foi? – Perguntou ele ao se dar conta que estava sendo observado pelos dois;
          - Nada! – Responderam os dois em uníssono.

          Viegas olhavam para os nomes, ao tempo que enfiava pela boca a comida. Nênia tomou um gole do café e sugeriu para ele:

          - Seria bom se descobríssemos, qual o significado desses nomes;
          - É uma boa idéia! – Concordou com ela Bruno.

O chefe de polícia acatou a sugestão, e pegou o laptop da bolsa que carregava, pôs em cima da mesa, e começou a pesquisar por nomes e os seus significados. Bruno e Nênia observavam, de súbito, Viegas parou com o olhar arregalado, e fixo no aparelho:

          - Descobriu alguma coisa chefe? – Perguntou Bruno, assim que terminou de mastigar o pedaço de sanduíche de peito de peru;     
          - Vocês não vão acreditar! – Disse ele, e virou o laptop para que Bruno e Nênia pudessem ver, do que ele se referia.

          Viegas fez uma pesquisa e agrupou as descobertas em uma pasta, que abriu com o nome de NOVO CASO. À medida que ia encontrando os nomes, ele enviava para a pasta; no final, ficou pasmo com sua própria descoberta:

SÔNIA: Minerador de Ouro.
MARCELO: Proveniente de Marte .
HÉLIO: Sol.
BILE.
SOPHIA.
          Bruno e Nênia entreolharam-se, sem entenderem direito a onde o chefe de polícia queria chegar, mostrando-lhes aqueles nomes:

          - O que esses nomes tem haver, com o sumiço da garota e de sua mãe? – Perguntou Bruno;
          - Será que você não guarda nada nessa sua cachola? – Perguntou Viegas, com uma certa impaciência;
          - Quando nós estivemos hoje à tarde na casa daquela velha, ela me disse que o morto era apenas, o início desse quebra cabeça! – Disse ele, fazendo uma pausa para ver se Bruno acompanhava o seu raciocínio. Nênia permanecia calada;
          - Vejo o significado de alguns nomes, e outros não! Mas confesso que não enxerguei a relação entre eles, e o morto! – Disse Bruno, finalmente.          

          Viegas virou o laptop para ele, digitou em algumas teclas, e voltou o aparelho para Bruno e Nênia;
          
          - Veja agora, dentro do ocultismo, o significado de cada nome! – Disse ele, com um sorriso no rosto de satisfação, como se tivesse acertado na loteria.

          Bruno e Nênia começaram a ler, cada nome e os seus significados:

SÔNIA: MINERADOR DE OURO - quem procura e encontra um bem precioso. Em muitos rituais, as crianças que eram sacrificadas, em sua maioria, eram meninas de até sete anos;

MARCELO: PROVENIENTE DE MARTE - Nos "braços" do TETRAGRAMMATON* encontra-se o símbolo astrológico e zodiacal do planeta Marte, representando a Força, ou a Energia pura da criação;

HÉLIO: SOL - Os frígios conheciam Osíris (deus egípcio), como Sabásio, e ele era adorado como a divindade solar (um deus-sol) que era representada por chifres e tinha como emblema uma serpente. Em outros lugares, ele era conhecido por outros nomes: Deouis, Júpiter-menino, Órion, Saturno, Plutão-menino, Iswara, o Alado, Ninrode, Adônis, Hermes, Prometeu, Poseidon, Butes, Dardano, Hímero, Ímboro, Iaso, Zeus, Iaco, Hu, Thor, Serapis, Ormuz, Apolo, Tamuz, Atus, Hércules, Xiva (ou Shiva), Moloque e, BAAL!;

BILE: Deus Celta do Inferno.
          
          - Certo! Mas aqui está faltando o significado do nome de Sophia! – Disse Bruno;
          - Você lembra do desenho no piso do quarto, junto com o arco-íris pela metade, o número meia, meia, meia e o pentagrama? Aquele que tinha o corpo de homem com seios de mulher, cabeça de bode com dois chifres e duas asas grandes e negras nas costas, com um braço estendido, apontando para cima e o outro para baixo? – Perguntou Viegas olhando para Bruno e Nênia;
          - Acho que sim! – Respondeu ele, seguido por Nênia que fez o movimento com a cabeça;
          - Veja só isso! – Viegas apertou uma tecla do laptop, e outro arquivo se abriu:

SOPHIA: A palavra BAPHOMET em hebraico e aplicando-se a sifra ATBASH (usada pelos cabalistas, judeus), obtém-se SHIN-VAV—PE-YOD-ALEPH – que soletra-se: SOPHIA.
          Viegas olhou para eles com ar de satisfação. Agradeceu a Nênia pela sugestão certeira que ela lhe deu:

          - Agora só preciso descobrir, o que são essas quatro letras separadas, ao redor dos nomes!
          Enquanto o chefe de polícia enfiou a cara de volta no laptop, Nênia olhou para Bruno e o relógio, e falou para Viegas:

          - Acho que talvez, se fossemos na casa da avó de Bile, poderíamos obter alguma respostas;
          - Você já pensou em ser policial? – Perguntou Viegas, voltando o olhar para Nênia;
          - Como assim? – Perguntou ela;
          - É a segunda sugestão acertada que você me dá nesta noite! – Olhou para Bruno e falou;
          - Tá vendo! Se você prestar mais atenção no trabalho, talvez possa ter idéias tão boas como as dela!
          - O senhor tem razão! – Respondeu ele;
          - Você ainda lembra onde fica a casa da velha? – Viegas perguntou a Nênia, se colocando de pé;
          - Sei! Mas precisamos nos apressar, está ficando tarde! – Disse ela, olhando mais uma vez para o relógio...

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

          ... Norma estava com os pensamentos longe; pensava em como estaria Marcelo no hospital (não fazia idéia que ele já estava morto, desde quando ela saiu do hospital); pensou no filho, em casa sozinho, sentiu-se mais tranqüila ao lembrar de sua irmã; tinha a certeza que Nênia estaria com Hélio. Sua maior preocupação no momento, era livrar Sophia daquela possessão demoníaca, e voltar para casa.

          Sentiu-se cansada! Os olhos lhe pesaram nas pálpebras. Começou a cochilar, mas despertou assim que ouviu o barulho da cortina de palha e miçangas, a mesma que Sophia adentrou e voltou com aquela maldita boneca, balançando. Olhou para Éster que parou perto do círculo onde sua mãe estava, e começou a deitar ao redor dele, algo que ela não pode identificar na hora, por causa da pouca luminosidade.

          Norma levantou-se e ainda meio sonolenta, aproximou-se do círculo; quase caiu para trás com o que viu: ao redor do círculo, Éster ia deitando seis bonecas, parecidas com a que Sophia tinha ganhado, da velha.

          Assim que Éster terminou de deitar as bonecas ao redor do círculo, a velha falou:

          - Eles já estão chegando, agora tudo já está completo para o ritual...

          Norma ouviu o ruído de um carro parando em frente da casa...
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*TETRAGRAMMATON: É a representação gráfica da palavra TETRAGRAMA, e tem sua origem no grego (tetra = quatro + gramma = letra) e significa a expressão escrita, constituída de quatro letras ou sinais gráficos, destinada a representar uma palavra, acrônimo, abreviatura, sigla ou a pauta musical de quatro linhas do canto-chão.
                             No ocultismo, incluindo suas diversas ramificações, o TETRAGRAMMATON desempenha uma função muito importante, sendo usado em rituais e invocações, e na forma de talismãs. Os ocultistas interpretam o TETRAGRAMMATON e outros símbolos cabalísticos nele contidos, como poderosos signos mágicos, capazes de potencializarem rituais abrindo as portas da consciência humana.
        .....................
Aguardem o capitulo final, na próxima publicação...

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