Nunca foi parte de meus planos,
Ser um ser só.
Mas, isto eu não escolhi,
Escolhido fui pela solidão,
No dia em que nasci,
Ela pegou nos braços,
Afagou meus poucos cabelos,
Fingiu não ouvir meus apelos,
Fazendo da minha vida um nó,
Desses nós difíceis de desatar.
Mas, nunca me deixou, um só minuto sequer,
Não importa onde estivesse ou com quem,
Lá estava ela me guiando como ninguém.
Às vezes até tentava mandá-la embora,
Dizer que já era passada a sua hora,
E que ra hora de ser feliz,
E ai vinha os amigos, os amores,
Que me faziam esquecer por um momento as dores.
Mas logo os amores, os amigos,
Iam embora,
(Às vezes voltavam, ouras não)
E ai estava eu de novo,
Acompanhado pela solidão.
E procurando por ela,
Como quem procura a um amigo,
Como quem precisa urgentemente de abrigo,
E só nela encontrando auxilio,
Auxilio que não encontraria em mais ninguém,
Pois já é algo que quase ninguém tem,
Tem sim, o que faz mal ao coração,
Mas se é pra viver sofrendo assim,
E até o fim, prefiro mil vezes a solidão.
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