Estou só, sem ninguém.
Ao meu redor paredes.
Queria que fossem de tijolos (apenas)
Mas são de solidão,
Isolando-me (das pessoas e das coisas)
E jogando-me na escuridão.
Nenhuma luz (que me ilumine).
Nada para me alentar,
Para me apoiar, pois estou só,
Mas já me acostumei a isso,
Sou daqueles que aceita a tudo na vida:
Ilusão,
Solidão,
Tristeza...
Menos a morte.
Esta eu não aceito!(mas quem sou eu para não aceitá-la?)
Não a amo (e ninguém é obrigado a amá-la)
Mas também não a odeio
Afinal não é culpa dela:
Ceifar vidas é sua função.
Não importa a minha ou a tua solidão (pra nós sim, pra ela não)
Não adianta ficar chorando então
Pois ela não vai se apiedar de nós.
Quando chegar a nossa hora,
(E pode ser a qualquer hora),
(Talvez nem consiga terminar de escrever (ou ler) esta poema)
Nos jogará na solidão da inexistência eterna,
De onde nunca sairemos
E de onde continuaremos (ou ficaremos), Sós
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