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Perfume no elevador
Priscila Pereira

Juliana tinha tido um péssimo dia, e na volta para casa pensava enraivecida nos detestáveis clientes que tinha que atender todos os dias na perfumaria do shopping, na verdade se sentia infeliz e não sabia exatamente o porquê, então deduzia que era por conta de seu trabalho mal remunerado, mas no fundo desconfiava que a verdade fosse outra.
     Entrou apressada no prédio simples onde morava e ao entrar no elevador logo se encostou, fechou os olhos e suspirou, pensou em casa, não o seu atual e minúsculo apartamento, mas sua casa, seu lar, a casa de seus pais no interior, quanta saudade sentia, parou para pensar no porque de estar lembrando-se de casa agora, foi quando se deu conta de um suave perfume que pairava no ar parado do elevador, seu nariz saturado dos perfumes não reconheceu logo, enquanto isso uma enxurrada de lembranças a invadia, o cheiro verde e suave dos campos em flor de sua cidade natal, o gosto do café forte de sua mãe, o abraço apertado de seu pai, a vontade de ganhar a vida na cidade grande, o olhar triste de seu namorado quando lhe dissera que iria embora daquele fim de mundo e um ultimo beijo, sentido, de adeus.
     Um desespero tomou conta dela, - porque deixei minha família?- pensava enquanto o elevador subia lentamente, -o que tinha ganhado com isso?-, sofrimento, solidão e desesperança. Um ano já se passara e nada de melhorar de vida, sua vida estava cada dia pior. Grossas lágrimas escorriam pelo seu rosto, enquanto as limpava lembrou-se de onde reconhecia o perfume do elevador, era a fragrância amadeirada com um toque de limão que seu namorado, ou melhor, ex-namorado usava.
     Uma saudade quase incontrolável tomou conta dela, daria tudo para poder vê-lo de novo, abraça-lo, sentir seu cheiro e estar junto dele. As portas do elevador se abriram e ela saiu lentamente. Viu um homem, com jeito de cowboy, meio rústico encostado em sua porta, seu coração quase parou de bater de tanta felicidade. Era ele.
-Juliana, vim te buscar! Volta comigo...
Seu olhar era doce, sua voz grossa e firme. Enxugando os olhos Juliana diz:
-Porque demorou tanto?

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