Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
JOINVILLE E A CEGUEIRA DOS GOVERNANTES
DIRCEU DETROZ

É um grande erro tratar as imagens de bestialidade que aconteceram em Joinville no último domingo, como um fato isolado. Ou coisas que só acontecem no futebol.

A questão da violência no Brasil está muito além de duas gangues vestidas de torcidas organizadas tentando se matar nas arquibancadas. Como foi o placar final do jogo, estamos perdendo para a violência. De goleada. E infelizmente, ficando sem chances de virar o resultado.

Diante de fotos e vídeos que rodaram o mundo em poucos segundos, fica a falsa impressão que a violência brasileira está nos estádios de futebol. Nessa semana, a mídia condenou os acontecimentos. Alguns apresentadores, que mereciam uma estátua de hipócritas, fizeram o mesmo. Parece que o Brasil é apenas Copa do Mundo.

Quando a selvageria parou o jogo, quem estava vendo no SPORTV, percebeu certa relutância do canal em mostrar as imagens. De início parecia ser uma coisa proibida. Depois não teve jeito. Sempre que isso acontece, eu me lembro do episódio “Globo x Diretas já”.

Como cidadão, não estou nem aí com bandidos se matando em estádios de futebol. A minha preocupação é com a violência silenciosa, que vem tomando conta do país inteiro. Essa que nossos governantes tratam de sensacionalistas. Quem prestou atenção no turista canadense morto numa tentativa de assalto? Outra estatística!

O que vai acontecer com o torcedor que foi assistir a um jogo de futebol, levando uma barra de ferro com pregos? Se chegar a ser preso, algum juiz manda soltar meia hora depois. E não será surpresa nenhuma, se os veículos de comunicação que exibiram a sua cara em close sejam processados.

Nosso Código Penal sofre da “síndrome da ditadura”. De repente, é proibido punir. Os direitos humanos estão mais preocupados com as privadas das cadeias do que com as famílias das vítimas. Enquanto na Costa do Sauípe, a noiva chega sempre atrasada, no Brasil real a noiva é assassinada antes de chegar.

O que acontece nos estádios de futebol é um reflexo do país como um todo. Falta coragem na aplicação de penas exemplares. Parece uma profanação. E nem sempre penas exemplares estão nas cadeias.

No caso do “cidadão da barra de ferro”, que tal judicialmente transferir todo mês 50% do seu salário para a conta do hospital que atendeu a vítima. Até que todas as despesas sejam cobertas. Esse custo não pode ser da sociedade. Mexer com o bolso doí mais do que passar seis meses na cadeia, sem fazer nada e pensando bobagens. Para os direitos humanos, fiquei parecendo um monstro. Daqueles bem malvados.


Biografia:
Sou catarinense, natural da cidade de Rio Negrinho. Minhas colunas são publicadas as sextas-feiras, no Jornal do Povo. Uma atividade sem remuneração.Meus poemas eu publico em alguns sites. Meu e-mail para contato é: dirzz@uol.com.br.
Número de vezes que este texto foi lido: 59438


Outros títulos do mesmo autor

Poesias BOIADAS DIRCEU DETROZ
Crônicas Nossa superioridade em xeque DIRCEU DETROZ
Crônicas Ficção, o perigo do realismo DIRCEU DETROZ
Poesias HOLISMO DIRCEU DETROZ
Crônicas Problemas técnicos DIRCEU DETROZ
Crônicas De Sagan ao Hubble DIRCEU DETROZ
Crônicas Nem tudo é pandemia DIRCEU DETROZ
Poesias SINA DIRCEU DETROZ
Crônicas Nossa bola murcha DIRCEU DETROZ
Crônicas Os humanos mudarão? DIRCEU DETROZ

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última

Publicações de número 41 até 50 de um total de 1024.


escrita@komedi.com.br © 2025
 
  Textos mais lidos
Boneca de Mulher - José Ernesto Kappel 60066 Visitas
"Esbarrando no amor" - mayana tellys 60053 Visitas
A margarida que falou por 30 dias - Condorcet Aranha 60049 Visitas
TEMPO DE MUDANÇA - Regina Vieira 60039 Visitas
aliens - alfredo jose dias 60036 Visitas
Senhora da Escuridão - Maria 60032 Visitas
Meu desamor por mim mesmo - Alexandre Engel 60024 Visitas
Como nósa folha seca - Condorcet Aranha 60023 Visitas
A Aia - Eça de Queiroz 60007 Visitas
Coragem, levanta! - Maria 59992 Visitas

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última