“Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram.” (Mt 7:13,14)
Sábio e seu amigo prosseguiam conversando sobre o poder de Deus enquanto dirigiam-se à escada rolante. Tendo pisado no primeiro degrau, viu logo atrás de si os dois casais, percebendo um ligeiro constrangimento no semblante do simples, quando seus olhares se cruzaram.
– O que devo fazer para entregar minha vida para Jesus Cristo, disse Rogério ao sábio, enquanto desciam a escada rolante. – Basta convidar Ele agora para ser seu Salvador pessoal e Senhor, se você crer no amor de Deus por você. Jesus. Deus o amou de tal maneira que entregou o único Filho dele por você, declarou o sábio. – Eu creio, disse Rogério resoluto. – Então neste momento o Senhor selou seu coração com o Espírito Santo, disse o sábio enquanto avançavam para a porta de saída do shopping.
O único mistério em relação a decisão de aceitar a Cristo diz respeito a atuação do Espírito Santo no coração do indivíduo que está sob a influência da palavra de Deus. Isto porque foi com a mesma simplicidade que o Eunuco aceitou a Cristo:
“E indo eles caminhando, chegaram a um lugar onde havia água, e disse o eunuco:
Eis aqui água; que impede que eu seja batizado?
[E disse Felipe:
é lícito, se crês de todo o coração.
E, respondendo ele, disse:
Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus.]
mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e Filipe o batizou.” (At 8:36-38)
O Espírito Santo é quem convence o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16:8). Para que o Espírito Santo realize esta obra, tudo o que é necessário é que o cristão pregue a palavra de Deus (Rm 10:14). Se a palavra for ministrada, havendo a manifestação do interesse do indivíduo de aceitar a Cristo, é da responsabilidade do cristão conduzir o pecador ao Senhor Jesus Cristo, pois ele é cooperador de Deus (I Co 3:9).
Feito o convite para que aquele que ouve o cristão aceite a Cristo, se ele fizer esta confissão com sua boca, estará manifestando a fé que brotou em seu coração porque se com a boca dele Jesus for confessado como Senhor, visto que no coração dele creu que Deus o ressuscitou dentre os mortos, então está salvo (Rm 10:9). Mesmo porque a salvação não é por obras, mas pela graça mediante a fé em Jesus Cristo (Ef 2:8,9).
Quando se compreende esta simplicidade do evangelho e leva a mensagem ao coração do cansado e oprimido, verdadeiramente está exercendo o amor “ágape”, o amor manifesto por Deus na cruz, ao entregar Seu próprio Filho pela humanidade perdida. Então o cristão terá alcançado o último degrau da espiral ascendente ensinada pelo apóstolo Pedro (II Pd 1:7).
Assim, tendo por base a fé em Jesus Cristo, o cristão deu o passo em direção à virtude; então agregou a ciência; exerceu a temperança; aplicou-se na paciência; manifestou a piedade; amou fraternalmente seu semelhante, amando-o com o amor dado por Deus, conduzindo-o ao Senhor Jesus Cristo, para que este também experimente o mesmo crescimento na graça que o cristão experimentou.
– Cara, deixa seu carro para não dar bandeira, vamos no meu, disse João ao simples. Estavam cruzando a porta do shopping, em direção ao estacionamento. Rose dera um beijo no rosto do simples, como que para seduzi-lo, quebrando com suas últimas resistências. Ele prosseguia como um cordeiro ao matadouro. Salomão mostrara como este caminho é escorregadio, dizendo:
“Dize à sabedoria:
Tu és minha irmã; e chama ao entendimento teu amigo íntimo, para te guardarem da mulher alheia, da adúltera, que lisonjeia com as suas palavras.
Porque da janela da minha casa, por minhas grades olhando eu, vi entre os simples, divisei entre os jovens, um mancebo falto de juízo, que passava pela rua junto à esquina da mulher adúltera e que seguia o caminho da sua casa, no crepúsculo, à tarde do dia, à noite fechada e na escuridão; e eis que uma mulher lhe saiu ao encontro, ornada à moda das prostitutas, e astuta de coração.
Ela é turbulenta e obstinada; não param em casa os seus pés; ora está ela pelas ruas, ora pelas praças, espreitando por todos os cantos.” (Pv 7:4-12)
O simples não ponderava seus caminhos. Não observara que seguia pela espiral descendente quando, por meio de um comando, se deixa tentar, sendo atraído e engodado por sua própria concupiscência. Então os desejos intensos maquinados no seu coração fazem brotar o cacto do pecado, cheio de espinhos, ardiloso, sempre pronto a se consumar na morte do relacionamento para com Deus (Tg 1:12-15).
Os dois casais ainda cruzaram pelo sábio e seu amigo quando perceberam um grande tumulto. Vozes desesperadas gritavam desconexas. Pessoas corriam sem saber o que estava acontecendo. O desespero comandava toda a cena.
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