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Amor enquanto Paixão
Giulio Romeo

Antigamente, acreditava-se que o amor enquanto paixão era para os fracos (aqueles que se identificam mais com a visão no amado, mais com a vontade e o desejo de possuir do que o desejo de viver), para os românticos, que eram eternos apaixonados, que faziam da vida um sentimento de frustração pela conquista não realizada (muitos apaixonados tornaram-se imortais por suas belas obras, que descreviam dor e tristeza) e também pelos sentimentais, que faziam do Sol, da Lua, das Estrelas, a sua razão de viver e choravam de dor pelas perdas lógicas da vida e pela meta não alcançada.

A visão do sentimento Amor era totalmente pessimista, o Amor nem existia, era apenas uma projeção de carências e afetos, se tornando apenas um caminho ou uma diretriz a ser seguida. A ausência de sentimentos mais profundos era uma causa comum entre as pessoas, era um fato, elas não tinham tempo para a compaixão e para o afeto, pois não se tinha a compreensão psicológica e Metafísica necessárias para o entendimento da conduta Humana (enquanto sentimento apenas, sem a lógica sugerida e imposta).

A ausência de carinho e atenção, desde a infância, na criação ou contato direto com familiares, originava-se no endurecimento do ser, no desconhecimento de certos sentimentos e na ausência total de entendimento de erros, de acidentes de percurso e também de atitudes precipitadas que pudessem ter.

A Paixão era o único sentimento que conseguiam descobrir. O fato era ilógico, pois a sensação de se estar apaixonado, ia de encontro aos princípios básicos do bem viver.

Descobria-se então, um novo sentimento que causava dor (quando não era correspondido, no qual acontecia na maioria das vezes, dado tal sentimento, ser um luxo e um privilégio para poucos, quando o mais comum eram os enlaces forjados por interesses e pelas composições de resgate, força, status e poder) e trazia prejuízos irreparáveis para o coração.

Na grande maioria das vezes não se tinha escolha e os caminhos do coração eram os mais duros e penosos, pois o que imperava era a intolerância, a incapacidade de reflexão e a impotência de analisar logicamente o decurso sentimental da vida.

Mas o mundo gira e as opiniões mudam.

Com a valorização do Romantismo e pelo poder de escolha (na metade do século passado), foram aperfeiçoados certos sentimentos, na qual o amor enquanto paixão, foi a bandeira de uma época em que a Sociedade impunha suas vontades e supremacias, subtraindo do coração certos dons involuntários, que se instalavam sem a devida ordem.

A paixão passou então a ter correspondência, tornou-se notório o poder real de escolha, de enlaces e uniões por Amor e por sentimentos que começaram a incluir dedicação e respeito. Estávamos em uma época, na qual uma Luz forte, iluminava os indivíduos, fazendo com que enxergassem o cônjuge e a família, como uma forma de se identificar com Deus e com a eternidade (Uma época em que se lia mais e se dava mais valor as ciências e a Filosofia de vida).

Hoje em dia, o amor passou por transformações profundas, pois tornou-se bilateral, ou seja: Doce e amargo, a paz e o tormento, a dor e a alegria. Com a liberdade em excesso, o amor passou a ser um coadjuvante do relacionamento, nunca o principal, pois precisa-se saber quem realmente o parceiro é, para primeiro se interessar por ele, por seus atributos e depois, quem sabe, se apaixonar pela convivência e depois vir o Amor, tão desejado e tão ausente nas pessoas (é obvio que existem ainda muitos casos clássicos de paixão, pois toda a regra tem exceção). Esse sentimento, quando passional, é quase como uma antítese de desejos, gostos e pensamentos! Ao mesmo tempo em que existem pessoas que vivem por amor, também há pessoas que morrem e matam por ele.

Chorar por amor purifica a Alma, abre a mente e engrandece o Espírito (perda de quem se ama ou ausência dele), chorar de tristeza por paixão, é perder a primariedade de pureza, é confundir a sensação de perda com a sensação de impotência ou até com a sensação de não se valer nada. É quando se perde a identidade, o norte, os objetivos.

É quando se tem a vontade de sumir ou explodir. É o trauma mais profundo e psicótico, quase que irreversível, que um ser pode ter.

O amor é o sentimento mais subjetivo de todos, cada um sente de uma forma, de um jeito, com uma intensidade diferente, e alguns nem amam, apenas se divertem com a sensação de conquista, de posse, de poder ou de capacidade suprema.

Amar enquanto paixão (nos dias atuais) é para os fortes, porque, mesmo ficando fracos e vulneráveis, permanecem ali, resistindo aos obstáculos, amando em silêncio, guardando aquele sentimento apenas para si mesmo, tolerando desaforos, sendo subjugados ou até sendo correspondido ao bel prazer do parceiro. Isso sim é ser forte. Isso sim é amar, isso sim é abdicar de superioridade. Mostrando para o parceiro como é amar sem preconceito, sem medo e sem julgamento, apenas possuir uma absolvição para o coração e também ter uma sensação de evolução cósmica, de se encontrar e se identificar com as coisas belas, tristes e reais da vida. É verdadeiramente o encontro com Deus e com a Eternidade.



Biografia:
Professor de Ciências da Religião, Teólogo, Filósofo e Pesquisador de Ciências ocultas. Procuro a verdade e quero compartilhar meus estudos sobre o comportamento filosófico e religioso de povos e comunidades, que tem a fé, como sustentáculo de sua existência tridimensional.
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