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Saudade
Giulio Romeo

Sabemos que a saudade é sinônimo de tristeza. É também o encontro com a solidão.
Sentimos falta dos tempos em que a saudade era apenas um substantivo feminino abstrato.
E hoje sabemos que saudade é uma recordação nostálgica e suave de pessoas ou coisas distantes, ou de coisas passadas.

Pensamentos, fatos, atos, que deixaram um vazio no presente e no coração.
Temos sempre a impressão que iremos retornar àquela situação, dada a concentração que fazemos em lembrar detalhes, quase os visualizando, quase os sentindo, quase os tocando.

Mas são apenas pequenos pedaços de filmes, pequenos pensamentos, pequenas recordações.
E nem sempre temos a coragem de retornar em espírito até ao passado.
Mas mesmo assim, ignoramos os perigos da nostalgia e nos aprofundamos nela.
É quando nos vem as lágrimas, a tristeza, a impotência, a incapacidade, a realidade!
É quando a vontade de regredir é forte, de retornar apenas alguns anos atrás para poder reviver cenas já vividas, sentidas, e enxugar as lágrimas de quem já sentia saudade também!
Quando abrimos as janelas da alma e percebemos que estamos sós, numa casa imensa, com enorme abrigo, com enorme proteção e amor, com enorme carinho e dedicação, percebemos que essa casa é o nosso coração, enorme, porém vazio, cheio de poeira e apenas guardando um lugarzinho para a saudade.
A verdade é que estamos sós, somente com a lembrança de pessoas ou coisas distantes ou não mais existentes, acompanhada da vontade de tornar a vê-las ou possuí-las.
Aquela musica, aquela cidade, aquele Estado, aquele País, aquela flor, carro, cigarro, vinho, comida, casa, rua e aquele abraço apertado, é que derruba a gente, é que faz a gente viajar literalmente sob os labirintos da nossa memória, até chegarmos a cena que desejarmos lembrar.
O engraçado é que temos o dom de acrescentar detalhes até então inexistentes às nossas lembranças, para ilustrarmos a recordação, para decorarmos a paisagem e para rirmos da nossa imaginação. Uma fuga para a nossa tristeza, que apesar de contas, não pertence a ninguém, mas cisma em nos acompanhar até a eternidade.

Mas tudo bem, somos seres fortes, com pensamento no presente, assim como a vida determina, e lembramos também que “saudade” é uma planta dipsacácea, escabiosa com suas flores de cor lilás e pontinhas em azul.

E chegamos a conclusão que, também no futuro, nos chamaremos saudade.



Biografia:
Professor de Ciências da Religião, Teólogo e Pesquisador de Ciências ocultas. Procuro a verdade e quero compartilhar meus estudos sobre o comportamento filosófico e religioso de povos e comunidades, que tem a fé, como sustentáculo de sua existência tridimensional.
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