O tempo é estranho. Um dia você abre os olhos e percebe coisas que nunca tinha visto antes. E você se pergunta se é você que está ali ou tem uma outra pessoa em seu lugar.
Você sempre caminhou para longe do caos que era a tua vida e derepente você é confrontado com ele. Na verdade hoje é a vespera do dia em que conheci o caos pela primeira vez.
Andando por aí encontrei uma linha dourada no chão de minha estrada.
Ajuntei aquele fio dourado e ele me levou a um pensamento: "Hoje o homem se embrulha em seu próprio caos". Pensei: "É verdade".
Ali também me embrulhei em meu próprio caos. Aquela linha dourada serviu de amarra para minha alma ao caos interior que a mim se apresentava.
Depois daquele dia perdi a contagem do tempo. Os dias não eram mais medidos por noites e dias, mas por horas, minutos ou mesmo instantes. E mergulhei num redomoinho que me levou a dias taciturnos de muita tempestade interior e a dias de sol esplendoroso e iluminado.
E a vida da gente ficou assim. Um torvelinho de emoções, a derramar lágrimas sem fim ou explodir de alegria. E teve tempo de vida e teve tempo de morte neste caos que pode-se dizer já se estende por cinco séculos de vida do tempo de tempo.
Hoje parei de contar o tempo. Envelheci demais contando- o. Já nem sei mais que hora do dia é. Mas fico pensando no amanhã. Fico imaginando que surpresas ele trará com a luz do dia. Trará alegrias ou trará lágrimas de dor outra vez? Se for tristezas que me esperam, não sei se tenho forças de continuar qualquer caminhada.
Mas como saber o dia de amanhã?. Pergunta que faço a mim mesma. E só, respondo-me: "Deixa o amanhã para o amanhã. Amanhã é outro dia. E ele com certeza virá".
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