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Querido estranho
(o nosso fim)
Lara Costa

-Então você se dar o trabalho de acordar no meio da madrugada, em plena quarta-feira, pra me escrever meia dúzias de palavras aleatórias e frases sem sentido, só pra dizer que não se importa mais?

-Você sabe a minha resposta, espero que saiba por que eu não vou bancar a idiota com você novamente.

-Olha, eu já estou bem longe de casa e eu não gostaria de ter que voltar lá pra te explicar pessoalmente como as coisas irão funcionar a partir de agora. - Não, não se preocupe as suas coisas continuam onde costumavam estar.

-O problema? Sabe qual é o problema? Você dizia que eu era o seu problema e agora você está descobrindo sozinho de onde parte o seu problema.



Na sua mente insana eu não conseguiria nada longe de você. Eu estou mais longe que você agora, eu estou longe de você também- O que há de errado nisso?

-Pergunte para aquelas pessoas maldosas que se aproximam de mim e me contam histórias sobre o tempo em que estávamos juntos, histórias que eu sequer conseguiria imaginar, você entende o que eu digo.



Esse silêncio prolongado não me deixa mais com vontade de decifrar as entrelinhas, esse com certeza esse é o ponto da questão, eu vim aqui te dizer que estou melhor agora e que não importa o que você diga eu não vou baixar a retaguarda pra você como eu já fiz uma vez porque eu não quero ser o seu espelho nem o seu reflexo, a diferença entre nós é que eu sei o que eu quero.

-Você percebe a ironia nisso tudo?

- Eu estou aqui dizendo que não me importo porque você disse que não se importava também. Qual de nós é mais cego? - Você ou eu?



Em todo nascer do sol eu queria que você sentisse o que eu sinto, cada passo que eu dou, eu caio um pouco mais pra baixo, pra frente e depois pra baixo, a ordem é essa.

-Não adianta eu sempre volto pro mesmo lugar, as mesmas memórias ficam rodando na minha cabeça, eu sei que não somos certos juntos, mas separados somos invencíveis.



O nosso tempo acabou há algum tempo, só que ainda existem lacunas a serem preenchidas, paradigmas que ainda estamos longe de superar.

Eu tenho medo de observar você ainda que seja de longe, tenho certeza que não vou gostar do que eu vou ver pelo menos eu estou fazendo o que deve ser feito, eu preciso de um tempo sem você In the morning-



Eu andei na corda bamba com os olhos vendados, isso foi há muito tempo, mas ainda sinto as vertigens, as conclusões ficaram tatuadas debaixo da sua camisa e atrás da sua porta, eu penso nelas, ás vezes, quando escuto a sua canção de Jazz.



Estamos perto do final e longe do começo, tanto faz pra nós a qual lado pertencemos, é um caminho sem alternativas onde criamos as perspectivas, não posso pedir pra você dirigir até aqui porque estou muito longe de você, demoraria dias, e eu já estou cansada demais pra esperar você contar as pedrinhas coloridas que vai jogar na minha nova janela. Não quero pedir pra você tirar os sapatos e fechar as cortinas, prefiro que você fique do lado de fora e veja e como eu tenho feito isso todas as noites.

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