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Minha Linda Amiga
Antonio Ayrton Pereira da Silva


Poesia, quem é que não fez
Para uma linda menina
Lembrei-me do grupo escolar
Fui até para a diretoria
Ela não quis saber das palavras
Me entregou, suspensão foi a sina.

Mas o fim não foi só isso
Levei sermão ao chegar em casa
Foram dois dias de mágoas
Uma carteira vazia na sala de aula,
Bela menina contou também a sua família
E no segundo dia seu pai bateu na minha casa.

Meu pai atende, logo que o vi, o desespero
Corri, me escondi, coisa ia ficar mais brava
Conversas entre Pais, muitas vezes risadas
Passos, meu nome no ar, Meu Pai me chamava
Eu no canto tinha encolhido para dois anos
Me achou, arregalei os olhos, não disse nada.   

Tremi, indicador em movimentos me chamava
Emagreci, não adiantou, escutei, vem cá
Levantei em chamas, me sentia apertado
Uma pessoa quer lhe falar, vai lá
Pai, não fiz nada, foi só uma poesia
Tentei enrolar, não adiantou. Só disse: vá.

O caminho da cozinha até a sala foi eternidade
Quero ir ao banheiro eu disse, meu Pai sorriu
Não sabia mais o que fazer, só queria mais tempo
Mas o momento chega, O grande inimigo me viu
Chego perto, Ele estava sorrindo e ainda disse:
Vamos dar uma volta, abriu a Porta, e saiu.

Eu estava estático, ele, vamos, ta com medo de quê?
Não estou com medo, quero ir de novo ao banheiro
Não adiantou, meu Pai me empurrou, vento frio me tocou.
Passos na calçada, silêncio, só a desgraça como cheiro
Pesadelo, tava com o pé na cova, só queria ir embora,
Uma Porta, abriu, fui para traz, nada de ser o primeiro.

No fim tomei coragem e entrei, não tinha o que fazer
Fomos a sala, mandou sentar, sentei, sinta-se a vontade
A vontade? Que jeito, nem mais falar conseguia direito
Oi, agora a Mãe, Antes de jantar, quer suco de tomate?
Estava vermelho, com muita sede, gaguejei um não obrigado.
Pensei, querem me dar a última refeição antes do abate.

Outro Oi, agora é ela, menina bela, como estava linda
Arrepios vinham dos pés a cabeça, quase cai da cadeira
Todos saíram, menos eu e ela, sentou a minha frente
Minha cor era branco, amarelo, aquela cor de asneira
Começou a falar: mostrei sua poesia ao meus pais
Nós conversamos, falaram que sua suspensão foi babozeira

Quase sussurrando disse, e dai, já fui suspenso mesmo
Não quero saber, quero ir embora, já fui castigado
Meus Pais disseram que podemos ser amigos, você quer?
Amigos? Fui suspenso por sua causa, estou abagunçado
Espera, fui eu que mandei meu Pai te buscar, acredite
Eu quero pedir desculpas, não precisa ficar abalado.

Tá bom, obrigado, já ia sair, quando ela disse:
Olha tira esse obrigado, entre amigos não há obrigado
Não sabia o que dizer, fiquei pasmo, até mais calmo
Estava um bobo, meu medo passou, mas estava acarrado,
Foi a primeira vez que senti o espontâneo da lágrima
Que lambuzava, senti vergonha do meu rosto acebolado.

Bobo, rindo disse ela, vamos jantar, meus pais te esperam
Não entendi no momento, mas me deixei levar pela acolhida
Entramos na cozinha sentamos ela quebrou meu silencio
Está tudo certo, somos amigos agora, desavença rompida
Esta tudo bem garoto! Os Pais disseram. Eu: sim, obrig...
Cortei, Comecei a compreender a maior lição da minha vida.

Ela não foi minha namorada, foi a mais linda das amigas
Crescemos quase juntos, houve despedidas, minha partida
Fui em busca de novos rumos, mas um dia voltei amargurado
Coração arrasado, ela estava despedindo de sua breve vida
De novo me lambuzava com o espontâneo da lágrima
Só escutei, Bobo, seu rosto está acebolado, não é despedida.

Eu tenho certeza que não foi despedida, ainda vive
Na minha saudade, alguns atos, na amizade completa
Menina linda, subi na mangueira pra ver você passar
Mas como não passou, vendi minha bicicleta....
Esses dois versos acima foi a poesia que fiz na época
Hoje fiz uma outra pois estou com muitas saudades dela.
.


Biografia:
-
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