Acenou para sua mãe e despediu-se de seu pai com uma vozinha aguda e simpática. Era mais uma manhã clara e quente do mês de agosto, quando Hina caminhava para a escola. Na casa ao lado, o velho vizinho Jun a cumprimentou com o sorriso largo e olhos bem apertados, como sempre fazia. Aquele era um dia especial, pois ela apresentaria à senhorita Toshiko o seu caderno de exercícios todo feito.
Queria ser como ela, “mulher elegante e inteligente” – era o que os pais, com paciência e ternura, ouviam dia após dia da menininha, achando engraçadinha a filha –, e, por isso, tinha passado o ano letivo inteiro estudando cálculos, que era o que a professora mais gostava de fazer.
A escola ficava perto do rio Oto. Hina estava sentada em uma das carteiras ao lado da janela. Enquanto esperava para entregar o caderno, ficou ali admirando o brilho do rio, que lhe dava um sossego gostoso, uma sensação boa em relação ao passado, ao presente e ao futuro: “vou ser uma linda professora como a senhorita Toshiko!”, ela pensava. Despertou atenciosamente ao chamado: “Crianças, por favor, agora entreguem os seus cadernos de exercícios”. Quando chegou sua vez, Hina se levantou ávida e...
Não havia mais nada depois daquela manhã de agosto.
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