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Fumo e café
Letícia Souza

E se houvesse métodos aprovados de desapegos, testaria todos, até um finalmente der certo; enquanto isso atardo em barzinhos a procura de um sossego frequente e acabo encontrando o amargar da solidão, no começo acaba sendo até doce alimentar esse vazio dentro do peito as escuras, só que a brincadeira se faz de séria e a rédea fica curta, a alma começa pesar. O dono do bar já até cansou de ver-me ali plantado, sem papo e cheio de doses. Tanto que a bebida fica por conta da casa, ele acostumou com minhas histórias, desamores e cara fechada. Precisou até me apanhar de carro para casa, por meu andar estar torto, disse que daria conta, mas ele insistiu e foi assim que tornamos-se amigos, aquele velho cheirava a fumo e café me entendia, a melhor parte era que não era só que eu compartilhava os tais tormentos, o velho experiente me contou várias fases de sua vida; a pior delas fora quando assaltaram o bar no seu dia de folga, na manhã seguinte foi declarada como morta sua queria esposa. Ele dizia bonito, as vezes parecia que ela estava conosco, bem ali sentanda no tronco queimado de minha calçada. Depois de ouvir esse velho amigo, notei que a solidão dele era maior, que a minha era doce do começo ao fim e que não havia o que reclamar. Lembro como se fosse hoje o que o bigodudo disse, você ainda não conhece as formas do amor, quando conhece-las aprenderá amar com a alma e não descontar no corpo. Tu é jovem, não cheira a fumo e café, vai procurar um ambiente melhor para passar a noite e não aparece mais em meu bar. Me deixou ali sozinho no tronco e arredou o pé dali com o carro fumaceando e com um barulho realmente estranho. Ao ir, deu-me um livro, a capa estava tão rasurada que nem o título pude ler, muito menos perguntar o assunto pude. Ele disse apenas leia, quando acabar escreva algo por menos sentido que faça, qualquer junção de palavra que se dê como frase já um avanço. Então volte para meu o bar que te contarei como esse velho se tornou velho.

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