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O verdadeiro amor
Copyright© 2012 by Otaviano Maciel de Alencar Filho
otaviano maciel de alencar filho

O dia amanhecera, e com ele, os primeiros raios de sol começavam a banhar de luz a capital “Alencarina”, terra da luz, terra do sol, que começava a despertar de uma noite cheia de “agito”, característico das grandes cidades. O vai e vem das pessoas, que no início do dia é compassado, aos poucos dava lugar à agitação comum às grandes metrópoles. A Praça do Ferreira, local turístico muito frequentado por visitantes de outros estados, além é claro, do povo cearense, situada no coração da cidade, aos poucos se apinhava de pessoas. Os bancos do logradouro logo lotavam, e se falassem, denunciariam as confissões, os segredos ou mesmo os impropérios ditados aos jogadores e seus respectivos times de futebol.
Em um banco mais afastado do centro da praça, encolhido e mergulhado em íntimas conversações, um jovem aparentando vinte anos de idade, não chamava a atenção dos passantes e sua presença seria ignorada não fosse a atenção dispensada por um velhinho, que se aproximando, procurou entreter diálogo com o mesmo.
- Notei que está muito pensativo, observo-o há alguns minutos e posso ver a tristeza em seu semblante, talvez queira conversar um pouco com um velho já mais experiente na vida. – Disse o senhor puxando conversa.
- Não, o senhor não pode me ajudar, sinto muito, agradeço o interesse, mas ninguém poderá prestar-me auxílio.
O velho insistiu na conversa.
- Talvez você esteja errado, é sempre de bom alvitre dar atenção às experiências narradas pelos mais velhos.
O rapaz decidiu então abrir seu coração ao bondoso ancião.
- Sinto a falta de minha noiva, que repentinamente decidiu viajar para o exterior, em busca de “subir na vida”, como ela mesma dizia, já que é modelo fotográfico. Mesmo jurando fidelidade e que voltaria para meus braços, sinto-me desolado. Ela não poderia fazer isto comigo. Eu que, desde o início de nosso namoro, dediquei minha vida para ela e nossos sonhos de uma vida a dois?!
- Sinto muito meu jovem, não obstante, sei o que é um coração dilacerado pela ausência de quem amamos, junto de nós. Explicarei melhor: Quando tinha aproximadamente a sua idade, fiquei loucamente apaixonado por bela moça, no entanto ela não dava a mínima para os meus sentimentos, pois eu era de uma família pouco abastada, e ela de uma família da alta sociedade. Enlouqueci, quando soube que casaria com um de meus amigos. Fato que se consumou! Desde então, não deixei mais de atormentá-los. Mandava-lhe bilhetes, solicitando encontros ilícitos que, naturalmente, eram rejeitados por ela, deixando-me ainda mais furioso. Sua vida virou um inferno. Seu esposo dizia que tudo era culpa dela, pois se ela quisesse colocaria um fim nessa situação. Não demorou muito e o casamento desmoronou. Fiquei feliz com o acontecido, acreditando que a mulher dos meus sonhos, agora, seria presa fácil das minhas novas investidas de Don Juan. Porém as coisas não sucederam como eu desejava. Minha bela amada adoeceu com a separação e entrou em profundo ostracismo, não se relacionando com ninguém, caindo em severa depressão, isolando-se do mundo, inclusive tentando o suicídio. Foi somente então que vi o quanto eu estava errado em querer tê-la para mim. Não suportando vê-la neste estado deplorável, resolvi deixar de lado todo o meu orgulho e egoísmo insano e passei então a tentar a aproximação dela e de seu ex-marido, o que consegui depois de algum tempo. Após vários encontros com o meu antigo rival e desafeto, mostrei-lhe o meu arrependimento e pedi-lhe perdão por meus desatinos. Os dois reataram e passaram a viver uma vida próspera e cheia de felicidades. Depois desapareci de suas vidas e fui buscar minha felicidade junto à outra pessoa que realmente me amasse. Hoje, já quase no final de minha vida, compreendo que amor é muito mais que paixão, desejo ou algo que o valha. Por isso, meu jovem, não sofra nem a faça sofrer, impedindo-a de seguir sua vida. Se a moça tiver de ser sua companheira de jornada terrena, ela certamente será! Não amargue um futuro cheio de remorsos por não ter proporcionado a felicidade de alguém, em detrimento de um sentimento egoísta desvairado!
O rapaz agradeceu as palavras de estímulos e despediu-se, deixando a praça.
Passados seis meses após o ocorrido, a jovem retorna do exterior, após ter assinado contrato de trabalho com uma grande grife de confecções, para a divulgação da marca, aqui no Brasil. agradece ao noivo sua compreensão quanto a sua ausência nos últimos meses, firmando compromisso de que de agora em diante os dois ficariam juntos, para sempre, pois ela o amava bastante!


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