era minha a vida que
não era a vida,
era a morte
dos sem sorte,
que
beiravam
os que nunca vinham.
fui vítima cruel,
alvo de fuzis,
guarda de reis,
pano de chão,
mas sempre fiel.
todo dia era
sem vida,
sem grito dos levantes !
vida sem minha sorte,
era pouco amor de meus reis,
como se eu fosse
limo de pedra alva,
flor sem beleza
sem mãos para sussurar.
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