um dia,
dia sim, dia não,
chamei meu pai de
pedra.
e minha mãe de flor de lis,
sem gosto de flor.
um dia chamei meu amor de dono
meu oeste de decepção,
meu norte de esperança.
chamei os de-fome
esperança sem pátria.
enquanto lá no sul
nevava flocos
de pura solidão.
vivi choros de mulheres
vestidas de camaleão.
mulheres sem ocasião
que moraravam com ralos
anfitriões.
vivendo na festa
sem céu,
de bruma-névoa.
mas a esperança
dos colossos,
nascia de noitinha
e morria
lá de manhã,
manhã dos homens
idos e pintados
só de adeus-formoso.
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