Eu e um colega passávamos por uma calçada umedecida pela chuva e ladeada por árvores, que, com o tempo nublado, escureciam ainda mais o caminho. Fiquei muito triste quando, de repente, vi o Garoto. Há tempos não o encontrávamos. “O que há com você?”, perguntou meu colega. “Não consegue enxergar o Garoto?”, retorqui. Eu triste e ele assustado, mas o Garoto era todo tranquilidade e seus movimentos eram estranhamente reconfortantes, convidativos. “Não se preocupe”, disse-me sorridente e vagarosamente o fantasma, “aqui, eu estou muito bem. Não há tristeza, não há felicidade. Aqui, não há.” E, abrindo os braços, “me dá um abraço”. Isso realmente me apavorou. Agradeci, “mas acho que ainda não é hora. Por favor, vá”. Por mais que o nada tenha sido atraente, preferi ainda existir. Fiz certo?
|