Quando eu ponho a caneta sobre o papel
Sou juiza e réu
Água e féu
Igreja e bordel
Pasta de alho e mel
Inferno e céu
Sou equilíbrio desaquilibrado
Ponto de partida e final
Ausência, limite, calor, rato
Excesso, crítica, personagem, gato.
Sou capricho e desmazelo,
alegria e desespero.
As vezes sou romântica,
Noutras vezes SOU O AMOR!
Sou objeto das minhas próprias mãos
Jamais Deus
Crio, recrio, viro criança
Subo no alto do morro
Brinco, corro, perco o fôlego e morro.
Quando ponho a caneta sobre o papel
Sou tela e pincél
A noiva e o véu
Anjo Gabriel
Cabeça e chapéu
Patricinha e Channel
A Melancia e o créu.
Quando ponho a caneta sobre o papel, eu sou.
Sou eu que mando, sou eu
o oposto , o par
o ímpar , o par
solitária, sem par
da criatividade estou a par
anél entre o pensamento e o ar.
|