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América, América
Poema de Delmore Schwartz
João Tomaz Parreira

Eu sou o poeta do rio Hudson e das alturas acima dele
as luzes, as estrelas e as pontes
também por auto-nomeação sou poeta laureado do Atlântico
-do coração dos povos, cruzando a
nova América.

Eu carreguei com toneladas de ilusão , esperança,
adquiridas suando febrilmente em trânsito
na 3ª classe para o desconhecido e afastado
Por isso devo descobrir e descrever o reino da emoção.

Para mim sou o poeta do jardim-escola (na cidade)
e do cemitério( na cidade)
E do extâse e do ragtime e também da secreta cidade
no coração e na mente
Este é o cântico natural próprio da cidade no século XX.

É em parte verdadeiro que uma cidade é uma «tirania
de números»
(É o cântico do homem urbano e
do eu metafísico
Depois das primeiras duas Guerras Mundiais do século XX)

---É o ego da cidade, olhando de janela a janela
iluminada
Quando os rectângulos e frinchas de débil luz dourada
Brilham à noite, em blocos sombrios como as lages dos túmulos,
Escondendo muitas vidas. É a consciência da cidade
Que vê e diz: mais: mais e mais: sempre mais.

(Tradução de J.T.Parreira)

Editado in www.poetasalutor.blogspot.com


Biografia:
Poeta e jornalista religioso evangélico, nascido em 1947, Lisboa. Tem 5 livros de poesia e ensaio teológico publicados entre 1973-1996. Participa de várias antologias,editadas entre 1971-2006. No âmbito oficial da Aliança Evangélica Portuguesa tem proferido anualmente conferências literárias, designadamente sobre Fernando Pessoa,José Saramago e Albert Camus. Reside com a mulher em Aveiro.
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