Os últimos convidados da ceia deixaram o salão de festas depois de satisfeitos, cheio de embrulhos nas mãos. A mais feliz era a moça que finalmente, depois de treze anos, sorria com anel de noivado que o namorado havia lhe dado.
O bebê esperou os anfitriões dormirem para procurar pelos presentes embaixo da árvore de natal. Voltou triste para o presépio, chorando baixinho para não acordar os pais. Esqueceram-se dele mais uma vez . Já que celebravam o aniversário na data errada, poderiam - no mínimo - deixar uma pequena lembrança para ele.
O pai, um marceneiro conhecido em toda a região, não conseguiu muitas encomendas para o Natal. A mãe estava desempregada e os três tios - que vieram passar as festas de final de ano - trocaram os presentes por garrafões de vinho.
Esperava que as pessoas se lembrassem dele no próximo ano. No mínimo, poderiam trocar a palha da manjedoura por algo mais confortável.
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