Absorto em pensamentos
Tendo o mundo tão distante
Quebrantando sentimentos
Me vejo sozinho em meu mirante

Com minhas mãos soltas
E meu corpo enregelado
Minhas palavras frouxas
Saem em um grito desabroxado

E ando como um peregrino
Buscando o topo da montanha
Cantando um velho hino
Com a minha sempre voz estranha

E do alto eu tenho a mais plena visão
Mesmo com os olhos ardendo
Algo dilacera meu coração
Enquanto eu vejo meu mirante cedendo

A vertigem me domina
Minha cabeça gira no ar
Por que a longitude me fascina?
E a altitude me faz sonhar?

Meus pêlos em constante eriçamento
Sentem o frio cortante do vazio
A cólera e a dor em concomitante crescimento
Ocupam o lugar do que sumiu

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