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DOCES LEMBRANÇAS
João Carlos de Oliveira

Barreiras, brejo, boqueirão, ou mangarito,
Suas matas, em passado não distante,
Variada, rica, exuberante, minimamente agredida,
Reinava soberanamente, pelos vales de solos férteis,
Até o encontro das encostas das nossas serras calcárias.

Aroeiras, paus pretos, carnes de vaca, cedros, tamboris,
Tantas outras espécimes, que não me relembro a conta,
Árvores frondosas, madeiras tão nobres,
Sombreavam durante o dia, como se de noite fosse,
Os solos virgens e úmidos da nossa terra.

Das matas tão grandiosas, abrigo de tantos animais,
Prodigiosa, protetora, acolhedora de fauna tão numerosa,
Podiam-se ouvir, das margens dos regatos e lagos,
O canto silvestre, De um casal de saracuras,
Anunciando o cair da tarde.

Ao alvorecer de cada dia,
No despontar dos primeiros raios de sol,
Renascia um novo dia,
Abrilhantado por uma orquestra de cantos e assovios,
Puxados pelos Sabiás.

Dos campos de cerrado que rodeavam nossa região,
Lá longe, muito longe, do alto das nossas serras,
Já por volta das nove da manhã,
Ouvíamos o canto em dueto, de um casal de seriemas,
Cujas notas diferenciadas,
Não eram mais belas e majestosas,
Do que o canto, de um bando de pássaros pretos,
Que anunciavam a proximidade do meio dia.

Os dias eram longos,
O ano nos parecia interminável,
Não havia pressa, o tempo demorava a passar,
O sol não era tão quente,
As chuvas, chegavam em Setembro,
As colheitas eram abundantes – tempos de fartura.

Oh!Grandiosa terra que nasci!
Que de braços abertos me acolhestes,
Terras de progresso e de riquezas,
Pródiga e Generosa para com seus filhos,
Que me faz volver, a lembranças tão gratificantes,
Doces lembranças, tempo inesquecível:
Da minha infância e primeira adolescência,
Da mocidade dos meus pais,
Do nascimento dos meus irmãos,
Dos meus cavalos de pau,
Dos almoços da fazenda da minha avó,
Das minhas montarias a cavalo,
Das primeiras vacas, que aprendi a ordenhar,
Do velho grupo escolar,
Do meu primeiro dia de escola,
Da ladeira do tanque,
Do cruzeiro das terras do some-tumba,
Do velho povoado,
Dos olhos d água, ao sopé da serra,
Dos frutos da caiçara e da jurubeba,
Dos pés de pitombeiras da casinha de cima,
Do pé de angico da manga do campo,
Dos meus colegas, parentes, e amigos que lá deixei....

JOão carlos de oliveira
   E-mail: zoo.animais@hotmail.com             






Biografia:
Nem mesmo cairá uma unica folha de uma árvore, se caso não exista uma razão para tal!

Este texto é administrado por: João carlos de oliveira
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