Ô se dente servisse
só pra mascar chicletes,
só pra comer goiabas
e pra morder a língua.
Ô se dente servisse
só pra comer olho de sogra,
só pra tirar a tanga
a fim de olhar a íngua.
Mas não se orienta o dente
que sem dó masca e morde tudo:
até a língua e a língua de sogra
que lateja, vibra e sangra.
E não adianta arrancá-lo
pra fingir uma vida em paz,
e não adianta ignorá-lo,
sem dente, é ruim demais.
Ô se dente fosse somente
do percurso, o acidente,
o estômago reclamaria
do tudo inteiro, noite e dia.
|
Biografia: Tércio Sthal, Natural de Tupã, SP, Poeta e Escritor, MBA em Gestão de Pessoas, Cadeira de nº 28 da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, com publicações em coletâneas da Shan Editores, Autor de a Cidade das Águas Azuis e O Menino do Dedo Torto, Do Abstrato ao Adjacente, Inferências, Referências e Preferências em http://bookess.com e Lâminas e Recortes em Widbook.com
|