Tenho uma amiga que é educadora por profissão
Ela trabalha na formação de professores.
Nas aulas ela reparte experiências de vida conjugando a esperança, pensando que eles irão fazer o mesmo para os seus alunos, no futuro.
Outro dia ela compartilhou comigo um texto do venerável Artur da Távola onde ele ensinava a não teorizar sobre o amor, pois “que vemos a vida como criança de nariz encostado na vitrine, cheia de brinquedos dos nossos sonhos: não teorize sobre o amor, ame. Siga o destino dos sentimentos”.
Malvadinha ela.
Não me abriu chance para discussão, mas como boa educadora induziu-me a buscar exemplos no mesmo autor, especialista em colocar palavras na nossa boca para impedir que pecássemos expressando nossos egoísticos pensamentos.
“Tenho visto muito amor por aí, Amores mesmo, bravios, gigantescos, descomunais, profundos, sinceros, cheios de entrega, doação e dádiva.”
Os educadores são tecidos com fios da consciência projetada aos seus afins, para quem sabe serem parceiros neste mundo de transformação onde pretendemos existir.
Nós trafegamos neste mundo de provas para criar laços corporais e muitas vezes não percebemos nosso destino superior. Apenas nos enredamos nas malhas da vida sufocando nossa realização espiritual, adiando o prazer da felicidade sem completar a prestação de serviço que a vida nos contratou.
Eles despendem um esforço todo pessoal na busca do significado da vida de si para os outros. Vivem relações conturbadas e angustiosas, mas como indescritíveis magias procuram alcançar aquilo que outros têm de bom para oferecer.
Minha amiga definiu os educadores como seres de desejo e projeto, a partir de experiências na busca da boniteza como seres inacabados para serem reconhecidos.
Para fazer nossas vidas devemos exercer essa autonomia. Não precisamos fazer dela nosso inferno para ir à busca do céu.
Nosso maior sonho sempre é o reencontro com a pessoa amada, com o pai, irmãos ou amigos que sem encargos nos proporcionem prazer para recarregar energias.
Fui verificar na rua onde se ensina e se aprende os “ecos de uma saudade onde fui passos e hoje sou pegadas” alterando rumos quando necessário só para manter aquilo que considerava adequado.
E penso em Einstein ensinando que “A mais importante busca humana é esforçar-se pela moralidade em nossa ação. Nosso equilíbrio interno, inclusive da existência, depende disso. Somente a moralidade em nossas ações pode dar beleza e dignidade à vida. Fazer disso uma força viva e trazê-la para a consciência é talvez a tarefa principal da educação”.
E novamente em Artur, “Gostar é tão fácil que ninguém aceita aprender”.
Ela me provocou para que eu pudesse perceber o quanto as educadoras são imprescindíveis para valorizar a gente.
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Biografia: Escritor amador - Articulista em jornais, revistas, sites, grupos e listas de discussão, do ponto de vista bio-psico-sócio-espiritual. Autor dos livros: Vida de Autista; Autismo - Deslizando nas Ondas; Deficiência ou Eficiência – Autismo uma leitura espiritual e Vivo e Imortal - Ensinando a Aprender e Adoção - O Parto do Coração.Vida de Autista... E Eles Cresceram. Autista... Os Pequenos Nadas. Brasileiro,casado com Roseli Antonia, pai do Eros Daniel, a causa, da Anna Carolina e do Gabriel Lucca os efeitos, nascido em Joinville – SC. |