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A EDUCAÇÃO À MERCÊ DOS TÍTULOS
Alex Novais Dancini

Durante o período eleitoral, a educação foi um dos temas mais abordados por praticamente todos os candidatos à presidência da república. Passada as eleições, com a vitória do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a educação, novamente, ficou jogada às traças, bem como, se outro candidato houvesse vencido as eleições a história seria a mesma, pois o que está em foco, após o período eleitoral, não são os principais problemas do país, mas sim, quem vai chegar à presidência do congresso e/ou do senado, que político e de qual partido irá assumir essa ou aquela secretaria, quem fica quem sai, ou seja, o país se resume na titulação de alguns cidadãos que terão o enorme privilégio de fazer parte de um governo.
     Visando aqui, discutir um dos principais problemas da educação, que é a busca exacerbada por títulos, pela grande maioria dos professores, vê-se que a procura de estar sempre um nível acima daquele que o indivíduo ocupa na sociedade, virou uma obsessão do ser humano.
     O professor, ao buscar títulos, de forma que essa busca sirva apenas para uma elevação de carreira, está simplesmente, fazendo uma carreira, e não, sendo professor. O problema é que, geralmente, o ser humano faz algo, para ter alguma coisa, e tudo acaba se resumindo em, fazer para ter. Prova disso, são os professores aceitarem cursos de capacitação do estado que, ao invés de ser ministrado por alguém preparado, são os próprios professores que aplicam o curso em suas respectivas escolas. Não estou aqui desmerecendo os professores que conferem tais cursos, mas, diante de uma situação, onde os professores reclamam por não terem tempo para preparar uma boa aula, como encontrarão tempo para preparar um bom curso?
     Porém, o que está sendo válido nesse contexto é a carga horária, e não o saber. O professor faz o curso para ter uma elevação de carreira, para ter seu salário elevado e, consequentemente, para ter uma melhor condição de vida. Existe, portanto, a predominância do fazer para ter, quando se deveria, fazer para ser. O que aconteceria se a classe dos professores se unisse e exigisse um curso de boa qualidade? Buscando fazer o curso, para ser um melhor professor. Com certeza seriam atendidos e o reflexo desse fazer para ser, começaria na pessoa do professor, passaria pelos alunos, e estes, iriam melhorar suas próprias vidas e, naturalmente, o meio social onde vivem. Sem contar que, um bom professor, tem trabalho garantido nas melhores instituições e com os melhores salários.
     Assim como o Brasil pára, após um dos candidatos à presidência conseguir seu título de presidente, assim como o Brasil estaciona para ver quem conseguirá o título da presidência do congresso ou do senado, a educação não progride pelo fato de estar estagnada, vendo quais os próximos títulos que a esmagadora maioria dos professores irá conseguir.


Biografia:
Acadêmico de Letras da Faculdade de Ciências e Letras de Campo Mourão (FECILCAM)
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