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Tudo Pode Acontecer
Arturita Teixeira Pinto

Resumo:
Uma estória sem pretensão e sem vaidade .

TUDO PODE ACONTECER...

        Desligou a luz, colocou sua mala no chão do lado de fora para fechar a porta. Olhou para dentro da sala que a acolhera por tanto tempo e sentiu-se meio morta. O peixinho dourado ficaria no aquário de vidro. Também, o que fazer com ele?Aprendera que, na vida, nada é eterno, mas assim mesmo deixava ali uma parte de si. Sabia que iria embora com metade de sua alma e muito provavelmente com a metade de seu corpo, que fora dele e que havia sido sorvido por ele e seu arrebatamento descontrolado. Havia deixado ali toda sua energia vital e com ela sua vontade de viver.
        A vida tinha sido sofrida, mas antes sofrer a dois que sofrer só! Pensava absorta na mais caudalosa e confusa das sensações que já sentira. Como ele teria tido coragem de magoá-la dessa maneira? Era a pergunta que não calava e que num redemoinho circulava dentro de sua cabeça atormentada provocando um turbilhão de hipóteses e premissas ao mesmo tempo, sem, entretanto, levá-la a uma reposta que a pudesse convencer.
          Apanhou o primeiro táxi que surgiu nas ruas ainda escuras e molhadas. --Há sempre que chover quando se sofre--. Pensava. È como se a natureza nos oferecesse um gesto de carinho, ou se mostrasse solidária com nossa dor. Tudo isso rodava em sua cabeça desgovernada o que não a impedia de estar ouvindo a voz do motorista que já, por duas vezes, lhe perguntava: Para onde vamos moça? Sem que ela respondesse e sem que processasse as palavras em seu cérebro para que pudesse responder, mesmo porque, responder o que? Se ela mesma desconhecia a resposta. Ir para onde? Se houvesse um único lugar que servisse de resposta àquela pergunta ela a teria dado ao rapaz, mas não havia. Rodaram por um tempo sem rumo e sem que fosse trocada uma só palavra. A essa altura, o motorista já curioso, olhava continuamente pelo retrovisor perscrutando atentamente a figura misteriosa e meio familiar de sua passageira, mas intrigado com a atitude estranha da moça.
Nesse momento, ele a olha mais detidamente e a reconhece apesar dos anos que os separavam. È ela! Com certeza é ela mesma, posso jurar. Meu Deus! Não acredito nisso!
Ele a chama pelo nome... Como se fora um choque elétrico, aquele som caído no vácuo que era sua cabeça naquele momento, a fez voltar a si. Será que é ele? Vindo de um passado remoto ela ainda reconheceu-lhe a voz o que a fez dar um grito de surpresa. Àquela hora da noite, nas ruas desertas, fora fácil estacionar. Não teria sido possível continuar a dirigir depois da surpresa. As pernas do rapaz tremiam e seria uma temeridade prosseguir.
Abraçaram-se movidos por sentimentos que acreditavam mortos ou enterrados pelo tempo e que agora novamente os embriagavam ternamente.
          Depois de contar a ele o acontecido, o reencontro trouxe a ela as respostas às perguntas que ainda ressoavam em sua cabeça e que nem mesmo ela poderia esperar.                                              A primeira pergunta já não exigia mais resposta alguma. A segunda também já estava respondida. À essa altura, já sabia para onde ir.   

                                                                    Arturita Teixeira Pinto


Biografia:
Arturita Teixeira Pinto.78 anos. Casada. Descendente de família de artistas. Família Guarnieri. Estilista aposentada, escritora com 6 livros publicados, “ Penas Apenas” “Apenas Vida” “ Outono... Princípio Ou Fim?” “Olhos de Ver” “ Rio Claro Cidade Alegre”e “ Livro Aberto” memórias escritas em versos livres que recebeu o 1º lugar no Concurso Nacional de Obras Publicadas da Academia de Ciências e Letras do RJ. sendo que os demais 4, premidos em 1º e 2º lugares em Concursos Nacionais de Obras Publicadas SP e RJ, Tem trabalhos editados em 33 Antologias ( por concurso) em vários Estados. DF. PR. SP. RJ. RS. Poeta, trovadora, artista plástica, ilustradora. Autodidata. Iniciou sua obra em 1986 e iniciou a divulgação em 1994. Artista Plástica originariamente acadêmica, hoje moderna tendo nessa categoria participado de várias Exposições Coletivas e Individuais e Salões Oficiais e muitas vezes premiada. , e atualmente desenvolvendo sua obra em trabalhos digitais. Disponibilizou 150 trabalhos digitais para uma Exposição Individual de Arte Digital, intitulada “ Ventos de Agosto”promovida pela Secretaria de Cultura de Rio Claro, em agosto de 2008
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Publicações de número 1 até 4 de um total de 4.


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