Vida que corre,
feito água,feito chuva...
vida que passa,
corre sem paixão,
morre que morre,
é vida morta,
tal vida!
Vida que me escorrega,
feito aliança de sabão
que me escorre,
como avental de papel.
Lá moro no fundo do poço.
Poço agreste, de
fazer tremer,
com dobradiças
de folhas suspeitas,
regidas de tumbas,
por falta de sol,
absorta,fria,
sem calor!
Tudo em vão!
E lá se vai a vida,
vida que me deram,
que não pedi,
ao menos sussurei.
Tudo num grande embaraço
com leves travancos!
Minha vida, minha cor,
meus pássaros, minhas dores,
meu jardim sem cor,
que só é rainha...
rainha de horas!
Mas que vida,a tremular,
me tratou de amparar !
|