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Colocaram o bigode de molho
Fabiano Fernandes Garcez

Há muito tempo venho observando que os homens de hoje não usam bigode, há homens com barba, cavanhaque, mas o bigode sozinho é raro. O bigode está em falta!
Segundo alguns etimólogos, os povos visigodos que viviam na Península Ibérica usavam uma marca registrada: seus bigodes, assim surgiu a palavra bigoth (bigode) derivação de visigoth (visigodos) e com o tempo passou a se referir a penugem abaixo de lábio, mas, se tratando de etimologia, há controvérsias.
     Lembro que na minha infância meu pai conhecia inúmeros Bigodes. Assim, apelido, quase nome próprio. Olá, Bigode, com está? Ó não esquece de mandar um abraço pro Bigode! Chegou o Zé Bigode!
     Alguns entraram para a história e viraram modelos de outros tantos, como do cantor Freddie Mercury, sempre bem aparado, outros não tão volumosos, como o do Hitler e do Chaplin que eram pequenos, menores que a boca, porém forma marcantes. O bigode chinês, fino e comprido é muito famoso em filmes, o que Marcel Duchamp fez no retrato da Monalisa também é. Aliás, mulher de bigode é raro, mas existe, como também o dito popular que diz que mulher de bigode nem o diabo pode!
     O bigode português também foi bem popular, era espesso e levemente ondulado para cima, geralmente era acompanhado por uma caneta atrás da orelha e uma camiseta branca. Já ia me esquecendo do mais famoso bigode do senado. E o que dizer do escovão de Nietzsche, esse sim era um senhor bigode, inigualável, impunha respeito aonde chegava
     Apesar de estar fora de moda, o bigode é algo curioso, pelo menos para mim, era um símbolo de virilidade. Será que são esses novos tempos que fizeram os bigodes desaparecer? Talvez porque agora não é mais necessário algo que represente a masculinidade do homem moderno.



Biografia:
Fabiano Fernandes Garcez nasceu em 3 de abril de 1976, na cidade de São Paulo (SP). Formou-se em Letras, é professor de língua portuguesa, literatura e redação, participou das antologias: São Paulo Quatrocentona e Poemas que latem ao coração, é autor dos livros: Poesia se é que há e Diálogos que ainda restam.
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