As meninas do meus olhos,
Choram lágrimas de tristeza,
Observam com agonia,
A insana tirania,
Contra a mãe natureza.
Não entendo a maldade,
Do homem, pura vaidade,
Que já sofre com certeza.
Virgem matas que devastam,
Águas límpidas que profanam,
Os minérios que devoram,
No futuro que herdamos.
Eu só vejo uma saída,
Para as meninas dos meus olhos,
Vou fazer as despedidas,
Tentarei mudar de vida,
E sair de onde eu moro.
Me meter numa caverna,
Esquecer da vida externa,
Vou viver de poesia,
Procurando uma magia,
Talvez cortar minhas pernas.
Que outra saída eu tenho,
Se não essa que eu criei ?
Não serei mais , testemunha,
Desse carma que eu herdei !
Com certeza fui ouvido,
Atenderam meu pedido,
Estou nascendo, cego, surdo, e mudo.
Farei parte deste mundo,
Mas não serei corrompido.
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