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LÁGRIMAS DA INCERTEZA
JAILSON SANTOS

Ontem a incerteza me procurou
Trazendo nas mãos uma espada
Foi algo tão de repente que minh’alma chorou
Porém minha boca permaneceu calada.

Meu peito foi escancarado com a violência deste golpe
Então adentraram a saudade e a solidão
Tive desejos de fugir a galope
Mas não tinha forças para resistir esta dolência em meu coração.

Passei a digladiar-me
Com estas forças opressoras
Que poderão ou não matar-me
Iludo-me tentando encontrar uma porta salvadora.

Que ajude-me a me libertar
Das angústias deste sufoco
Que vedam o meu direito de amar
Te chamo com gritos roucos.

Pois os meus gritos aflitos
Cansaram-se de clamar
Meus anseios perderam-se no infinito
E não me resta outra coisa senão chorar.

Por uma mulher que és minha deusa, minha musa inacessível.
A razão dos meus sonetos, dos meus cantos.
Digladio-me com um amor impossível
E não me canso de escrever aos prantos.

Nas entrelinhas os detalhes da minha lida
Sonhos e desejos não realizados
Existe um pedaço da minha vida
Em cada verso de prantos banhado.

Às vezes longe dos olhares amigos
Me pego a chorar à toa
Suportando a dor de muitos castigos
Por jurar amor a uma pessoa.

Que não acredita
Nas muitas loucuras que fiz
Nas palavras amenas que meu coração dita
Só para vê-la feliz.

Quando você segurou firmemente o camartelo
Jurando esculpir em meu coração o amor
Deixei-me levar pelas emoções imaginando um amor tão belo
Sem espinhos, sem desilusões, sem dor.

Mas cada martelada que batia
Rachava lentamente meu peito de menino
E tão logo minh’alma morria
Sonhando que este amor pudesse ser para mim algo divino.

Inconscientemente deixei meu corpo ser talhado
Como se fora algo destinado ao corte
Como se eu estivesse pagando o preço pelos meus últimos pecados
Perdi a razão e não pude mais discernir entre o sul e o norte.

Vi meus pedaços
Espalhados no chão como se fosse pedra
Ainda assim pensei em correr para os teus braços
Mas o medo de perder-te medra.

De forma tão natural
Que continuo submetendo-me a este castigo
A esta forma de esculpir tão brutal
Minh’alma lastima-se na ânsia de estar contigo.

Perturbando o meu estado emocional
Criando em mim um desejo extraordinário
É algo tão descomunal
Que voluntariamente caminho para o calvário.

Por não saber se é amor ou loucura
O que sinto por esta musa que me surge e desaparece de minha vista
Será que sou mesmo sua escultura?
Ou tão somente o seu melhor artista?

Às vezes quero falar, mas não sei se devo
Trazer à baila a essência deste sentimento
Que surge como um detalhe em alto relevo
Desesperado te chamo com meus pensamentos.

Grito por teu nome até passar mal
Tão somente no afã de ser escutado
Deixo rolar lentamente por meu rosto lágrimas de cristal
Que são a prova de quanto estou sufocado.

Querendo gritar aos quatro ventos
Este amor que me esculpi e que esta me matando
Meu Deus alivia este meu sofrimento!
Eu durmo e acordo chorando.

Quem me dera ser realmente um mármore de carrara
Ou uma tábua de cerejeira
Eu não iria sentir este pranto frio em minha cara
Nem choraria por esta mulher a vida inteira.

Por esta musa que me fere
A ponto de matar-me
Sim, prefere
Matar-me a perder-me.


Preferes matar-me com golpes de amores
Que me deixam exangue
Não suporto mais estas dores
Já não tenho forças para ver o meu peito esvair-se em sangue.

Tento pisar em terra firme
E a cada passo cambaleio
Pois é tamanha esta dolência que me oprime
Meu coração já não suporta tanto anseio.

Tento fugir de repente
Deixo declarações ao meio
E quando menos espero estou aqui novamente
Quanto mais tento evadir-me mais me enleio.

Buscando com avidez a tua imagem
Sendo massacrado por uma enorme distância
Retoco todos os dias a maquiagem
No afã de conter minha ânsia.

Guardo na lembrança
Os detalhes de tua veste
E não perco a esperança
Que venhas a mim com teu brilho celeste.

Consolar minh’alma aflita
E enxugar todas as lágrimas que chorei
Pois minh’alma geme, chora, grita...
Ao lembrar como desesperadamente te amei.

Perdendo-me em suas contra-propostas
Mesmo inocente tento encontrar palavras de desculpas
E não consigo encontrar respostas
Plausíveis que possam inocentar-te de suas culpas.

Faço dos versos a minha estrada
Faço de ti o meu sonho
No peito amor, tristezas e mais nada.
Desperto com o semblante tristonho

Sem saber que você faz caso das lágrimas que choro
Lanço minhas vontades no pó
Penso em desistir desta luta, volto a mim e mais uma vez imploro.
Que não me deixes só

Em meio a todo este lamento e desespero
Que me deixa assim tão angustiado
Tentando descobrir qual foi o meu erro
Será que foi ter te amado?

Se eu não sentisse este sentimento
Meu peito não seria mutilado pelas dolências desta solidão
E seria poupado de todo este descontentamento
Perdoe-me por ter te amado sem pedir permissão.

Escritor e Mestre Jailson Santos


Biografia:
JAILSON SANTOS – Bacharel em Direito; Pós-Graduado em Direito Penal e Processo Penal – UNIFACS; Pós-Graduado em Docência do Ensino Superior – UNIFACS; Ciências Criminais – Escola de Magistrados da Bahia; Direito Militar - Escola de Magistrados da Bahia; Juiz Arbitral pela OJUPAE – Ordem Brasileira dos Juízes Arbitrais; Perito do Ministério da Cultura; Consultor de Projetos Culturais; Professor do Curso A Evolução do Direito Penal Aplicado a Capoeira; Professor das Oficinas de Expressões Plásticas do Mus-e Brasil; Escritor Acadêmico; Autor de 21 livros; Escritor Honoris (Miami-USA) Escultor habilitado em escultura em madeira e história da arte pelo MAM-Museu de Arte Moderna da Bahia; Artesão reconhecido pelo Instituto Mauá de Artesanato; Comendador; Embaixador da Paz (Nova Iguaçu) Cônsul da Confraria Chilena de Escritores (Chile); Membro da Associação Mundial de Poetas (Estados Unidas); Membro da Rede Mundial de Escritores em Espanhol (Espanha); Imortal da Academia de Letras do Brasil; Imortal da Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias; Membro Efetivo da Academia de Cultura da Bahia; Presidente Nacional do Projeto Mus-e Brasil.
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