- Por que tu teimas em negar-me o teu amor?
Perguntou o bardo (audaz) à tímida Musa;
-Sei que é dele toda a tristeza desta dor
Que tua alma carrega, e, a ser feliz se recusa!
-Reconheço, - disse ela receosa e confusa:
-Eu te amo e confessá-lo, proibi-me o pudor,
E nem te desejo a pecha de pecador...
Por isso (por ti) deste amor fiquei reclusa;
Mas, dize tu , poeta: Quem tanto te contou?
Serás, porventura, algum mago ou coisa assim?
Um nigromante que pode as almas sondar?
-Deste amor (recíproco) - o vate retrucou:
Ninguém me disse, e, nem magia agiu em mim...
Somente ouvi a confissão do teu olhar!
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