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Mito da Caverna, o que é?
Pedro Melo

Imagine se você, desde seu nascimento, ficasse preso em uma caverna que possuísse apenas uma abertura por onde penetrasse a luz do sol. Nesta caverna, as pessoas acorrentadas ficam de costas para a abertura, por onde penetra a luz e de frente para uma parede de fundo, onde se projetam as sombras dos próprios prisioneiros. Este é o “Mito da Caverna” criado por Platão.

   Muitas vezes, nos sentimos aprisionados, e permanecemos aprisionados por uma grande parte da vida, alguns até por toda a vida, por quê? As correntes da “caverna” são a nossa ignorância e tudo aquilo que permitimos nos aprisionar, que não nos permite sair em busca do conhecimento, aquilo que nos faz ver apenas “sombras” do que é, na verdade, a realidade, tais como: a religião, preconceito, filosofias sociais, sub-culturas populares falsas, falta de estudos, preguiça, conceitos políticos, vícios, afinal, aquilo que não nos permite pensar e refletir e o que não nos permite caminhar e poder analisar ou pensar sobre o que vemos. O que não nos permite “virar o pescoço” e olhar para os lados, segundo Platão.

   Preso nas correntes, as pessoas, na situação filosófica real de suas vidas, vêem aquilo que querem ver, e não o que existe de verdade no mundo real. Nos dias atuais, as pessoas não se preocupam com o conhecimento que podem adquirir, com a sabedoria que possam ter ou com a razão que, por natureza, elas possuem, pois hoje em dia, a “televisão” pensa por eles, tudo que se precisa o “marketing” os apresenta como necessário, não se pensa se realmente se faz necessário gastar R$300,00 numa calça jeans! Se gasta mais numa peça de roupa do que numa mensalidade escolar para o filho, o consumismo compulsivo nos dias de hoje é uma das correntes que aprisionam a mente das pessoas. Veremos agora um trecho onde o filósofo Platão nos apresenta o Mito da Caverna


     Trecho do Mito
“Vê! Seres humanos vivendo em um abrigo subterrâneo, uma caverna, cuja boca se abre para a luz, que a atinge em toda a extensão. Aí sempre viveram, desde crianças, tendo as pernas e o pescoço acorrentados, de modo que não podem mover-se, e apenas vêem o que está à sua frente, uma vez que as correntes os impedem de virar a cabeça. Acima e por trás deles, um fogo arde a certa distância e, entre o fogo e os prisioneiros, a uma altura mais elevada, passa um caminho. Se olhares bem verás uma parede baixa que se ergue ao longo desse caminho, como se fosse um anteparo que os animadores de marionetes usam para esconder-se enquanto exibem os bonecos.”
[…] Pois esses seres são como nós. Vêem apenas suas próprias sombras, ou as sombras uns dos outros, que o fogo projeta na parede que lhes fica à frente.”
          Platão, República, Livro 7

   O que Platão mostrou com esse mito é que quando nascemos absorvemos as idéias do mundo que nos rodeia. Por exemplo, se desde pequeno nós fossemos ensinados a adorar Mickey como um deus e todos a sua volta o adorassem, nós acreditaríamos por um bom tempo que Mickey realmente é um deus, pois todos a sua volta o adoravam também. Mas percebemos que Mickey não tem poder nenhum, e avisa os outros, mas eles não acreditam. Você se libertou da caverna, porém os outros não. Você sabe que existe um universo bem maior, que existe um Deus verdadeiro, ou talvez nem exista (pensando no lado filosófico e não na religião), mas você se libertou das correntes que acreditavam que Mickey era um deus.
Libertar-se da caverna é libertar-se de verdades pré-estabelecidas pela sociedade, que não são verdades.

   Aquele que se liberta da caverna pode julgar por si só o que é certo ou errado para ele sem a ótica do coletivo. Porém, será que com a atual sociedade que vivemos, é possível se libertar das correntes e da caverna? Como? Em suma vemos que a caverna é o mundo de aparências onde todos nós vivemos, ou um dia viveu. As sombras na parede são as coisas que percebemos quando estamos presos, é o inicio do nosso pensar. As correntes são os nossos preconceitos e as nossas opiniões muitas vezes influenciadas por outras pessoas. O mundo iluminado ao lado de fora é nada mais que a realidade em que vivemos. Foi preciso perceber através das sombras na parede, que aquilo que vivemos é pura ilusão e depois nos libertar das correntes de nosso julgamento alheio, dos nossos preconceitos. Depois foi preciso sair da caverna, que é o mundo em que vivemos, para poder jogar fora nossos pensamentos fundados em uma sociedade preconceituosa e individualista. E feito tudo isso podemos ver que na realidade o mundo iluminado lá fora é na verdade a luz da verdade, que somente com o pensar podemos alcançá-lo.


Biografia:
Graduado em Filosofia pelo Instituto Agostiniano de Filosofia - IAF, Formado em Técnico de Administração pela Escola Doutor Júlio Cardoso, e Técnico em Publicidade e Propaganda - Uni Facef.
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