Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
A Sociedade do Aquário
Pedro Melo

Resumo:
Este texto mostra-nos uma sociedade incapaz de sair de seu próprio egocentrismo, onde não podemos ajudar o próximo e como consequência desta não-ajuda acabamos por, muitas vezes, destruí-lo. Baseado na parábola do peixinho este artigo foi apresentado como trabalho avaliativo na faculdade de filosofia na aula de metodologia científica, no IAF - Instituto Agostiniano de Filosofia.

Era uma vez um aquário; tal aquário continha peixes pequenos médios e grandes. Certa vez um pequeno peixe descobriu que existia um mundo fora do aquário, e ele, usando de um ralo minúsculo, atravessou o seu pequeno “mundinho”, com isso ele descobriu algo imensamente grande, grande demais para seu médio porte. Então decidiu voltar para comunicar a seus conterrâneos o que tinha visto. Os peixes grandes queriam, mas não deram conta de passar no ralo, e ao invés de se esforçarem por passar preferiram matá-lo e acabar com tal “besteira” de passar por aquele minúsculo “portal”.
Quantas vezes na vida nós ficamos preso em nosso mundo, ficamos centralizados em nós mesmos e esquecemos-nos de ver todo um contexto que existe fora de nós. Somos orgulhosos o bastante para afirmar que existe algo fora de nós, que não somos os donos da verdade, e corremos um grande risco de sermos como estes peixes grandes, que ao perceberem que não sabiam tudo, que na verdade nada sabiam e que nunca tinham pensado algo fora de suas próprias existências, decidiram por tirar a vida do pobre peixinho.
Quantas vidas nós tiramos com um simples e demoníaco desejo de sermos os donos da verdade, de acharmos que o mundo gira em nossa volta e que nada e muito menos ninguém pode contrariar nossa tese, nosso pensamento. Pensamos ter nossa própria verdade e que cada um tem a sua verdade, e tal verdade tem que ser enfiada goela abaixo dos necessitados e oprimidos. Os peixes pequenos podiam muito bem passar pelo ralo do aquário, mas os grandes preferiram dizer que é impossível passar por ali. Com isso podemos nos perguntar “O que será que somos?” Os peixes grandes e desanimadores, capazes de acabar com vidas apenas para fazer reinar a sua própria verdade, ou será que somos o peixinho que além de descobrir um novo mundo, onde todos poderiam ser muito felizes, que teve a capacidade, a dignidade de voltar, e mostrar que existe algo além daquilo que temos como única verdade. Somos os defensores e anunciadores da verdade, ou somos os opressores de uma sociedade cada vez mais injustiçada?
Podemos imaginar que isto é apenas uma ficção, que nunca irá acontecer conosco, afinal não somos peixes. Ledo engano, a cada dia pessoas inocentes, que não vivem de perto com a malícia de seus opressores, são sufocadas, e justamente aqueles que deveriam ajudar são os sufocadores, isso mesmo, aqueles que deveriam ajudar a todos, e não ficar apenas em sua autoajuda são os que sufocam cada vez mais. Onde podemos ver isso? Na política, onde o pequeno e o fraco são oprimidos por um governo capaz de, com certo esforço, persuadir o povo em troca de votos e depois com um esforço esmagadoramente menor são capazes de esquecer deste povo sofrido e trabalhador que os colocaram no poder.
Esta é a sociedade em que vivemos que é capaz de refletir sobre a triste história de um peixe, e que não tem condição alguma de pensar nos problemas diários, nos problemas que brotam da desigualdade social. O grande detalhe de toda esta trama é que não somos peixes, somos humanos, temos, ou pelo menos deveríamos ter a capacidade de pensar.
Enquanto elegermos tais governantes que contam com o absoluto modo de manipulação e opressão de seus eleitores, ficaremos do mesmo modo que estamos: Maior imposto, piores escolas, salários baixos, alimentos caros e mais uma série de fatores. Os grandes peixes querem que sejamos assim: pequenos e analfabetos peixes capazes de viver uma esdrúxula bolsa de educação e uma estapafúrdia bolsa para toda a sua família. País de todos? Você concorda com tal frase? Qual o seu lado, o peixe pequeno que busca uma sociedade igualitária, ou o peixe grande que busca oprimir cada vez mais?


Biografia:
Graduado em Filosofia pelo Instituto Agostiniano de Filosofia - IAF, Formado em Técnico de Administração pela Escola Doutor Júlio Cardoso, e Técnico em Publicidade e Propaganda - Uni Facef.
Número de vezes que este texto foi lido: 52811


Outros títulos do mesmo autor

Artigos MINORIAS SOCIAIS Pedro Melo
Artigos A SOCIEDADE E A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA Pedro Melo
Ensaios A Escolha por Deus Pedro Melo
Resenhas QUANDO O SER DIVINIZADO ESTÁ LOUCO Pedro Melo
Artigos A Sociedade do Aquário Pedro Melo
Poesias Fé, a livre resposta a Deus Pedro Melo
Artigos Concílio Vaticano II Pedro Melo
Artigos São Bernardo - Resumo e crítica Pedro Melo
Artigos A Porta da Fé e o testemunho de nossa própria caridade Pedro Melo
Artigos Mito da Caverna, o que é? Pedro Melo


Publicações de número 1 até 10 de um total de 10.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
JASMIM - evandro baptista de araujo 68968 Visitas
ANOITECIMENTOS - Edmir Carvalho 57889 Visitas
Contraportada de la novela Obscuro sueño de Jesús - udonge 56707 Visitas
Camden: O Avivamento Que Mudou O Movimento Evangélico - Eliel dos santos silva 55783 Visitas
URBE - Darwin Ferraretto 55022 Visitas
Entrevista com Larissa Gomes – autora de Cidadolls - Caliel Alves dos Santos 54905 Visitas
Sobrenatural: A Vida de William Branham - Owen Jorgensen 54828 Visitas
Caçando demónios por aí - Caliel Alves dos Santos 54799 Visitas
O TEMPO QUE MOVE A ALMA - Leonardo de Souza Dutra 54707 Visitas
ENCONTRO DE ALMAS GENTIS - Eliana da Silva 54701 Visitas

Páginas: Próxima Última