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Pri se assusta ao ver ali um homem magro, cabelos grisalhos, voz rouca e de óculos.
- Estou bem diferente?
- Um pouco.
- Vamos lá, seja como sempre foi.
- Bem diferente.
- Pois é a vida, nem sempre é digna, como no seu caso.
- Como ficou assim?
- Diabetes, emagreci, agora sou dependente das insulinas.
- Mas me disseram que você estava curado.
- Ah, com certeza minhas colegas do hospital.
- É, eu fui até lá, precisamos conversar.
- Já estamos, me desculpe, você continua belissima.
- Obrigado.
- E seus filhos?
- Estão bem.
- Realmente, você sumiu, evaporou depois daquilo.
- Eu a deixei morta, na porta do necro?
- Sim a deixou.
- Mais.........
- Mais.........
Téo se levanta e vai até uma mesinha próxima a janela, acende um cigarro e retorna ao assento.
- Não deveria fumar.
- Pare, sei que logo partirei.
- Não pense assim, Téo.
- Sabia, sempre te quis, nem que por um breve momento.
- Téo.
- Olhe, sou um homem acabado, quem diria que agora teria sua presença aqui.
- Por favor, Téo, me responda.
- O quê?
- Téo....
- Sim, ela esta viva, é isso que quer saber. Pri se descontrola e cai aos poucos no chão, ali em choro ela olha para Téo que se torna uma espécie de Deus para ela neste momento.
- Por que Téo?
- Pense Pri, ela ficou sem o filho por tantos anos.
- Não tinha que ter acontecido, mais ela sabia, concordou.
- Eu sei, na época você mesma me disse só que após ter retornado do mundo dos mortos ela decidiu lutar, ir atrás da sua cria.
- A criança foi vendida.
- Sim, ela encontrou quase 10 anos depois.
- Como?
- A isso você vai ter de perguntar a ela.
- O que ela quer comigo?
- Tem mesmo que perguntar isso? Pri ali em choro.
- Onde ela está?
- Deixe isso com ela, com certeza você vai ve-la pessoalmente, bem de pertinho e em breve.
Pri gela ao ouvir aquilo, Téo olha fixo nela.
- O que pretende fazer?
- Téo, já faz muito tempo tenho meus filhos.
- Fique tranquila com certeza ela só quer relembrar alguns momentos com vocês.
- Vocês?
- Deve estar bem nervoso seu companheiro lá na estrada, o Dr. Diogo.
- Como sabe?
Téo abre um breve sorriso, o que faz Pri se levantar, ajeitando-se sai dali.
- Obrigado pela visita.
Ela corre pelo corredor até parar frente a Ledina.
- Já vai?
- Sim.
- Obrigado por vir visita-lo.
- Tchau.
- Tchau.
Após passar pelo portão ela disca para Diogo que liga o motor do carro, logo entra no veiculo meio que em pânico.
- O que houve?
- É ela mesma.
- Agora vai ser comigo que aquele velho vai ter de falar.
- Não, nós vamos embora daqui, agora.
- O quê?
- Já ouviu, por favor Diogo, vamos embora, por favor.
- Tudo bem, vamos. Diogo sai dali, um homem a certa distância tira algumas fotos.
As fotos são entregues a Téo, por celular ele manda para a interessada.
Rosa recebe as fotos com algumas mensagens de Téo, logo um rapaz entra ali, abraçando-a.
- O que foi mãe?
- A meu filho, logo você vai conhecer alguém muito especial para ti.
- Quem mãe?
- Logo saberá, meu filho amado.
- Te amo mãe.
- Eu também Vítor, te amo muito meu filho querido.
04012019.............................
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Pietra termina o preparo do jantar, Kauã a ajuda com os seus filhos, fiscalizando- os no banho.
- Obrigado Kauã.
- Nada.
- Ah, se não fosse você, não sei o que seria de mim.
Logo toca seu celular e ela atende.
- Oi.
- Oi, o que você quer?
- O que houve amor, sou eu.
- Fala logo Lázaro, tenho de dar comida aos meus filhos.
- Nossa pelo jeito esta aos nervos comigo hein.
- Olhe acho que não tem nada de interessante a dizer, portanto tchau.
- Não desligue por favor, amor.
- O que foi?
- Quero dormir com você, posso?
- Para quê?
- Como para quê, oras....
- Tá tudo bem, só vir.
Ligação finalizada, as crinaças já estão terminando sua refeição á mesa, Kauã pega sua mochila se despedindo.
- Onde o sr vai?
- Bem, tenho que ver minha mãe e ainda outros negócios.
- Dessa vez eu deixo, mais veja bem, da próxima quero também sua companhia comigo aqui, tudo bem?
- Tá, tudo bem.
Lázaro entra no banho e minutos depois sai de toalha, abre o armário e escolhe sua roupa, passa perfume, a porta de seu quarto recebe uma leve batida.
- Marisa.
- Oi, me desculpe, aqui estão os documentos, estão prontos é só você assinar.
- Tudo bem, entre.
- Não, prefiro esperar aqui.
- Tá, como queira.
Ele assina e logo traz para ela.
- Pelo jeito você e o Breno estão ficando bem íntimos hein?
- Por favor Lázaro.
- Me desculpe, acho que ainda não consigo lidar com tudo isso.
- Mais deve aprender, afinal foi você quem quis assim.
- Sim eu sei, mais uma vez me desculpe.
- Tudo bem.
Documentos em mãos ela se despede dele e assim a porta é fechada.
- Ah, Marisa, por que teve de ser assim, poderíamos termos sido felizes.
Ele guarda a sua cópia e termina de se arrumar.
Terminado a refeição, Pi leva as louças á pia, quando toca a campainha de sua casa.
- Nossa, esse cara esta mesmo louco sei lá para quê. Ela abre a porta e ali a sua frente.
- Oi, boa noite.
- Boa noite.
- Sou Lorraine, conheci seu marido.
- Você conheceu o Samuel?
- Na verdade temos um certo negócio juntos, bem, eu trabalhava para ele.
- Bem......
- Posso entrar?
- Vai, arrume um lugar ai nesse sofá.
- Tudo bem, obrigado.
Após estar um pouco confortável, Lorraine.
- Já de inicio quero deixar bem claro que eu e seu esposo nunca tivemos nada além do profissional com as vendas, entende?
- Estou tentando entender, mais vai fala ai.
- Trouxe isso para você.
Lorraine entrega para Pietra um envelope neste algumas cédulas.
- É dinheiro?
- Sim , da última venda.
- Olhe moça, não sei se posso ficar com isso.
- Bem, eu tinha de entregar, fiz minha parte.
- Seu trabalho era vender os produtos dele?
- Mais ou menos, eu sou meio que sócia em um bar, ou era, bem, mais eu lido com prostituição.
- Ah, entendo.
- Mais ele nunca esteve no bar, o máximo que ele chegava era até a esquina, ali ele mandava mensagem e eu ia e fazia a troca.
- Troca?
- Sim, o dinheiro por mais produtos.
- Olhe, eu não tenho nada aqui.
- Eu sei, ele me disse que você não se envolvia nisso.
- Vocês conversavam bastante hein?
- Ás vezes e muito pouco.
- Sei.
- O que foi?
- Sabe, acho que nem tão pouco assim, pois até falaram de mim.
- O mulher ciúmenta.
- Me desculpe.
- Te entendo, mais e ai, como estão as coisas?
- Levando, daquele jeito.
- Pois é, quando precisar de algum tipo de ajuda é só me ligar.
Lorraine entrega a ela um pedaço de papel com seu número de celular e fixo escrito.
- Quer tomar um chá?
- Não. obrigada, acho melhor eu ja ir indo.
- Tá.
- Se cuida e não se esqueça, conte comigo.
- Tá certo.
- Tchau.
- Tchau.
Pi fecha a porta e olha para aquele papel ali e pensa em joga-lo mais algo lhe faz guarda-lo em um vaso de vidro perto da tevê.
08012019.....................
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