Sombras de castelos que me
assustam;
redimidos arbustos
de uma noite avorenta
que me amaciam as
lembranças,
como fotos esquecidas.
De dois lados caminham
o improvável;
de dois lados
me arredam lembranças
que fim não terão,
nesta vida
de pouco sol.
Grumetes alvoroçados
anunciam uma nova terra;
capitães de bordo
tocam o alvorecer;
e a nave sem rumo
finalmente
encontra sua terra
salpicada de
paisagens vazias.
A vida se passa naquele
momento:
ontem foi agora,
amanhã não tem hora.
Debruçado em minhas
lembranças - até estranhas,
vejo mares, jovens e castelos,
todos coloridos pelo tempo,
cujo nome é dado e
renegado aos passantes
em prumo.
E se por tudo isso
alcanço agora o esplendor do
nada, sinto que seja por
causa dela.
Uma vez chegada de rainha,
outra vez, de saída,
com plumas de adeus.
|