Amor Velado
Durma anjo meu
tão lindo e sereno
durma.
A aurora que aos poucos se anuncia
em nada é maior que o solstício
de seu olhar,
Durma anjo meu.
Durma, que enquanto isso eu cuido
de ti, com toda minha calma.
A tua alma cantarei, como
um menestrel, na eminência de
tentar compreender um sofisma
camuflado em enigma :
É que outrora sua voz em meu ouvido filosofava
poesias de gala que para mim
reluziam como luz de opala.
Durma meu amor
durma.
Das canções e poemas
que escrevi, em nada se
comparam a ti, nenhum
possui a fresca
da manhã, como o seu hálito
de maçã.
Durma anjo meu
durma.
Veja só que ironia.
Enquanto você dorme sou
eu quem sonha com o seu
despertar, e a doce melodia
que de você exala em
profunda harmonia.
Anjo meu que à vida me
inspirou e momentos ignes
me proporcionou.
Agora sua aura perfeita
pelo universo viaja entre os cometas.
Durma anjo meu
durma.
Já que não há nada que
eu possa fazer,
terei que tratar de te esquecer.
Esquecer o sussurro noturno,
sua mão alva o meu
rosto tocar,
é certo que não dá.
Então só há uma saída,
que é contentar-me em
ver-ti em sua jazida.
Durma anjo meu
durma.
Agora que de sua saúde se despira,
a mim juventude não mais inspira.
Em hausto dantesco me seduzira
e como um raio que passa, partira
Só me resta aceitar:
Coração alado...
Sonho idealizado...
Amor velado...
Pseudônimo: Flor de Liz
Gleicilane A. Torres de Souza Silva
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